Notícia
Governo italiano pronto a intervir na banca
O recém-empossado chefe de Governo disse estar pronto a agir para salvaguardar a estabilidade financeira do país e as poupanças dos cidadãos italianos.
"Quero dizer de forma muito clara que o governo (...) está pronto a intervir para garantir a estabilidade dos bancos e as poupanças dos nossos cidadãos," afirmou Gentiloni esta terça-feira, 13 de Dezembro, na sua primeira intervenção no parlamento italiano desde que assumiu as novas funções.
As garantias do novo chefe de Governo surge dois dias depois de o terceiro maior banco de Itália, o Monte dei Paschi - que está a tentar concluir no mercado um aumento de capital de 5 mil milhões de euros - ter avançado para a recapitalização através de fundos privados, com a troca de dívida por acções para investidores de retalho e a colocação de acções no mercado, noticiou a Reuters.
No final da semana passada o Banco Central Europeu (BCE) terá recusado o prolongamento do prazo - 31 de Dezembro - para que o banco concluísse a recapitalização, aumentando a pressão para que isso aconteça nos próximos 15 dias. E esta segunda-feira, segundo a Reuters, fonte do Tesouro italiano afirmou que o Estado está pronto a injectar capital no banco.
A banca italiana negoceia sem direcção definida na bolsa de Milão, com a maior valorização a caber ao Unicredit - soma 7,5% depois de conhecido o seu plano de reestruturação, para eliminar um total de 14 mil postos de trabalho e aumentar capital em 13 mil milhões de euros.
Já o Banco Popolare e o Popolare Milano registam quedas na ordem dos 2%, enquanto o Monte Paschi ganha 1,34% para 20,49 euros.
No Verão passado, o governador do Banco de Itália, Ignazio Visco, admitiu a possibilidade de os bancos virem a precisar de ajuda pública dada a "elevada incerteza" vivida no sector financeiro.
O problema do crédito malparado na banca italiana ascende aos 356 mil milhões de euros. Para lhe fazer frente - e contornar as regras europeias que obrigam a que os resgates sejam primeiramente suportados pelos accionistas e obrigacionistas das instituições - o Governo anunciou em Abril a criação de um fundo privado com apoio público para aliviar os balanços dos pequenos bancos do fardo do malparado.