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Gentiloni pede apoio para o seu Governo que "durará enquanto tiver confiança"

Na sessão em que solicitou a confiança da Câmara dos Deputados ao seu Governo, Paolo Gentiloni fez questão de salientar "o grande trabalho" desenvolvido pelo anterior Executivo. Gentiloni avisou que este "Governo durará enquanto tiver confiança" do Parlamento.

Reuters
13 de Dezembro de 2016 às 14:23
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Num tom moderado e pausado, Paolo Gentiloni pediu a confiança da Câmara dos Deputados (câmara baixa) para o Governo que foi incumbido de formar pelo presidente Sergio Matarella, não sem destacar o trabalho levado a cabo pelo Executivo ainda em funções. Gentiloni fez questão de começar por responder à pergunta que paira sobre todo este processo de formação de um novo Governo: quanto vai durar esta solução?

 

"O Governo durará enquanto tiver confiança" do Parlamento, começou por explicar esta terça-feira, 13 de Dezembro, o primeiro-ministro italiano incumbente perante a câmara baixa do Parlamento. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Executivo Renzi, que agora cessa funções, acrescentou que este Governo que se "apresenta para receber a confiança [parlamentar] é um Governo de responsabilidade, garante da estabilidade das nossas instituições".

 

Apesar de ter perdido o apoio do grupo Aliança Liberal-Popular do senador Denis Verdini relativamente à maioria que apoiava o Governo de Matteo Renzi, Paolo Gentiloni frisou que o seu Executivo tem os "deveres definidos pela Constituição e um perfil político que está inscrito no quadro da maioria do Governo precedente que não fracassou". No fundo, este Governo "assenta numa maioria, respeita a oposição e pede respeito pelas instituições", resumiu Gentiloni.

 

O provável próximo chefe de Governo acrescentou ainda que o seu Executivo não cairá na luta entre quem defendia o "sim" e o "não" no referendo constitucional, afirmando-se como uma solução para "todos os cidadãos italianos".

 

Nesse sentido Gentiloni especificou que o seu Governo "não será actor principal" no desenho de uma nova lei eleitoral, com o ex-responsável pela diplomacia transalpina a querer colocar nas mãos de todo o Parlamento a responsabilidade de escrever uma lei que garanta a homogeneização entre a lei eleitoral que elege os deputados (câmara baixa) e os senadores (câmara alta).

 

"Haverá um confronto entre as forças parlamentares sobre a lei eleitoral e a necessidade de harmonizar as normas entre a Câmara e o Senado", explicou Gentiloni que afiança que "procuraremos facilitar e solicitar apoio".

 

Governo até quando?

Contudo, a solução de Governo protagonizada por Gentiloni está longe de ser consensual. Apesar de o ex-ministro dos Estrangeiros ter feito questão de sublinhar o perfil político e não técnico do seu Governo – solução que contorna a oposição que rejeitava uma solução à Mario Monti –, a oposição considera este Executivo uma "fotocópia" do liderado por Renzi. O que não espanta, até porque Gentiloni é considerado um dos homens mais importantes na definição da narrativa política de Renzi e é incluído no grupo dos "renzianis".

 

Não espantou, portanto, que Paolo Gentiloni tenha destacado "o grande trabalho" feito pelo Governo liderado por Renzi, que prosseguiu "reformas" que são hoje "reconhecidas ao nível internacional".

 

Como questões-chave para o que resta da legislatura, Paolo Gentiloni definiu a resolução dos problemas que afectam o sistema financeiro transalpino e dar resposta à progressiva perda de rendimentos e nível de vida da classe média.

 

Esta tarde será votada a confiança dos deputados na solução de Governo chefiada por Gentiloni e que mantém, no essencial, aquela que era a equipa chefiada por Renzi. Na quarta-feira será a vez do Senado votar. Gentiloni deverá ver aprovada a solução preferida desde a primeira hora pelo presidente Mattarella, que pretende evitar eleições antes das legislativas previstas para 2018.

 

Só que tendo em conta a inflexibilidade demonstrada pela oposição (Movimento 5 Estrelas e Liga Norte) em avançar já para eleições e a manutenção, pelo menos para já, de Renzi à frente do PD, tudo aponta para que a confiança a este Governo dure apenas até que haja uma lei eleitoral que substitua o Italicum e o Porcellum. Para os analistas italianos essa será a altura que o Governo Gentiloni deixará de ter a "confiança" do Parlamento. 

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