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Matteo Renzi admite que foi um erro politizar referendo em Itália
O ex-primeiro-ministro de Itália Matteo Renzi admitiu hoje que errou ao ter politizado o referendo de 4 de Dezembro sobre a reforma constitucional, em que o "não" saiu vencedor com 59,5% dos votos.
O ex-primeiro-ministro de Itália Matteo Renzi admitiu hoje que errou ao ter politizado o referendo de 4 de Dezembro sobre a reforma constitucional, em que o "não" saiu vencedor com 59,5% dos votos.
"Nós não perdemos, tivemos uma grande derrota", disse Renzi, de 41 anos, durante a assembleia-geral do Partido Democrata (centro-esquerda), a primeira que dirige após ter apresentado a sua demissão do cargo de primeiro-ministro na sequência dos resultados do referendo.
"Cometi um erro ao ter politizado o referendo: não consegui antecipar aquilo que aconteceu, estava errado", reconheceu o ex-chefe do Governo italiano, que era defensor da reforma constitucional e que formalizou a sua demissão a 7 de Dezembro.
Durante a intervenção, Renzi salientou que a derrota das forças defensoras do referendo constitucional passou sobretudo pelo eleitorado jovem, em particular na faixa etária entre os 30 e os 40 anos.
"Perdemos em casa e isso dói", prosseguiu o político, sublinhando ainda que a Internet também teve peso na derrota da reforma constitucional.
"Deixámos a Internet para aqueles que, neste momento, são vistos pelo mundo como difusores de mensagens", afirmou Renzi, numa referência clara ao Movimento Cinco Estrelas (M5S, populista), que tem vindo a ameaçar o Partido Democrata nas intenções de voto e que reclama a realização de eleições antecipadas depois da vitória do "não" no referendo.
O M5S e o seu líder, Beppe Grillo, são particularmente activos na Internet, um meio que utilizaram amplamente para liderar uma feroz campanha contra a reforma constitucional defendida por Renzi.
Paolo Gentiloni, que assumia a pasta dos Negócios Estrangeiros no Governo de Renzi, foi o nome escolhido para assegurar a liderança do executivo italiano.
Gentiloni, de 62 anos, tem pouco mais de um ano de mandato, dado que a actual legislatura termina no primeiro trimestre de 2018, contudo, tem vindo a aumentar de todos os lados a pressão a favor de eleições antecipadas.