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Banca italiana animada em bolsa com proposta de ajuda de 20 mil milhões
A maioria dos bancos italianos ganha mais de 2% em bolsa, animada pela notícia de que o Governo quer aprovar a constituição de um fundo para salvaguardar o sector em caso de falhanço da recapitalização do Monte dei Paschi.
As acções dos bancos italianos estão a negociar em alta na bolsa de Milão, reagindo positivamente à notícia avançada esta segunda-feira de que o Governo liderado por Paolo Gentiloni vai propor ao parlamento a constituição de um fundo de 20 mil milhões de euros de ajuda ao sector financeiro. As instituições financeiras de Itália são mesmo as que mais impulsionam o índice europeu de referência para o sector.
O Banca Popolare di Milano ganha 3,10% para 38,21 cêntimos, o UBI Banca valoriza 2,38% para 2,668 euros, o Unicredit sobe 2,33% para 2,806 euros e o Mediobanca soma 0,96% para 7,875 euros. Já o Monte dei Paschi, que afundou mais de 11% na sessão de ontem, sobe 1,66% para 18,93 euros.
Na reunião do conselho de ministros de ontem, o Executivo italiano decidiu propor ao parlamento a constituição de um fundo para salvaguardar o sector financeiro num cenário de falhanço do plano de recapitalização do Monte dei Paschi. Segundo o Il Sole 24 Ore, o decreto governamental deverá estar pronto ainda esta semana, entre quinta e sexta-feira.
"É uma medida de precaução", disse Paolo Gentiloni na segunda-feira à imprensa, referindo-se ao anúncio do 'pacote' de 20 mil milhões de euros.
"Acreditamos que é nosso dever tomar esta medida para proteger as poupanças" dos italianos. Espero que todos os grupos parlamentares partilhem esta responsabilidade", disse Gentiloni aos jornalistas, no final do conselho de ministros.
O montante proposto é superior ao que vinha sendo falado (15 mil milhões). Porém, este pacote integra 2 mil milhões destinados à activação dos 80 mil milhões de euros de garantias públicas para a emissão de liquidez, um mecanismo que foi autorizado por Bruxelas em Julho passado.
A decisão do Governo transalpino surge numa altura em que o Monte dei Paschi di Siena (BMPS), o mais antigo do mundo em actividade, procura captar cinco mil milhões de euros, junto de investidores privados.
Se o plano falhar, o Governo terá de avançar com a injecção de fundos públicos, um plano B que já está a ser preparado com a constituição deste fundo que ainda não tem luz verde do parlamento.
O Monte dei Paschi, o terceiro maior banco italiano, perdeu quase 85% da sua capitalização de mercado desde o início do ano, além de ter apresentado o pior desempenho nos testes de stress do Banco Central Europeu (BCE), em Julho.