Notícia
Investigação a abuso de informação privilegiada do BES abrange todo o ano de 2014
Não são apenas os últimos dias de vida do BES em bolsa que estão a ser analisados pelo regulador do mercado de capitais. "2014 é um ano cheio de factos relevantes". Em todos eles, diz Carlos Tavares, "pode ter havido informação privilegiada e abuso dela".
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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários está a investigar a vida do Banco Espírito Santo em bolsa. Não só os dias antes da resolução, aplicada a 3 de Agosto, em que os títulos afundaram mais de 65% em cinco sessões. Todo o ano está sob atenção. "Essa investigação abrange um período longo. O ano de 2014 é cheio de factos relevantes em relação ao Grupo Espírito Santo.
"Em todos esses momentos pode ter havido informação privilegiada e abuso dela", disse Carlos Costa na audição desta terça-feira, 18 de Novembro, da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Na última semana antes da resolução, que terminou a 1 de Agosto, o BES perdeu mais de 65% do seu valor. Só no último dia, o banco caiu 40%. Isto depois de terem sido divulgados, a 30 de Julho, prejuízos superiores a 3.500 milhões de euros.
Carlos Tavares já tinha anunciado que o regulador estava a avaliar as movimentações de quem possa ter tido acesso a informação específica e privada sobre o BES nos últimos dias antes da resolução e ganhar com isso em movimentações em bolsa (ou evitando maiores perdas).
Contudo, na comissão de inquérito, o regulador assume que também outros momentos da vida do banco em 2014 estão na mira da CMVM: entre eles, o aumento de capital de 1.045 milhões de euros, realizado em Maio.