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Carlos Tavares admite que GES contornou limites à ES Liquidez com venda nos balcões do BES de papel comercial

O ES Liquidez, fundo gerido pela ESAF, teve de reduzir a exposição ao Grupo Espírito Santo em 2013. O presidente da CMVM duvidava que o grupo fosse capaz de o fazer segundo as regras exigidos. Mas a redução aconteceu. Porque, entretanto, foi emitido o papel comercial que o grupo não pagou.

Bruno Simão/Negócios
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Carlos Tavares, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, admitiu que o Grupo Espírito Santo colocou papel comercial em clientes de Banco Espírito Santo como forma de contornar uma regra imposta aos fundos de investimento.

 

O fundo ES Liquidez, gerido pela ESAF, do Grupo BES, tinha uma forte exposição a sociedades do grupo. Mas a CMVM colocou limites à exposição de fundos que eram detidos por sociedades gestoras que faziam parte de grandes grupos. O GES não era o único que tinha essa presença.

 

Até 7 de Novembro de 2013, a ESAF teve de reduzir uma exposição a sociedades do GES até 20% do total de activos. Chegou a ter 90%, na altura em que o diploma que obrigava a essa redução foi aprovado, no final do primeiro semestre do ano. "Tinha dúvida, quando a lei foi aprovada e com um período de transição [reduzido], que o GES fosse capaz de fazer um ajustamento tão rápido. Mas a verdade é que o fez".

 

Para onde foi esse montante de investimento em produtos emitidos por sociedades do Grupo Espírito Santo que foi cortado da ESAF? "Concluímos que uma parte terá sido substituída pelo papel comercial da Espírito Santo International e a Rioforte, comercializado sob a forma de subscrições particulares". Houve papel comercial colocado dentro de Portugal, aos balcões do BES, mas outra parte foi em "bancos no exterior, nalguns casos, com clientes de cá".

 

Essas subscrições particulares eram ofertas directas, sem qualquer necessidade de prospecto que fosse avaliado pelo regulador. Este papel comercial acabou por nunca ser pago - é o Novo Banco que tem, neste momento, a responsabilidade de assegurar estes pagamentos do papel comercial vendido aos balcões do BES.

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