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Foi Carlos Costa que alertou Carlos Tavares de alegada fuga de informação

Já se sabia que a CMVM estava a investigar acesso a informação privilegiada na negociação de acções do BES. Carlos Costa, do BdP, sem adiantar o que estava em causa, admitiu à CMVM que haveria fuga de informação.

18 de Novembro de 2014 às 17:19
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Noite de 30 de Julho. O Banco Espírito Santo apresenta prejuízos de 3.577 milhões de euros. 31 de Julho. As acções do BES estão suspensas no arranque da negociação. Depois são aceites à negociação e transaccionam com queda de 40%. 1 de Agosto. Os títulos continuam a cair.

 

"Era uma negociação tranquila, uma pequena queda, de 25%, caindo ligeiramente, o que era atribuível ainda à divulgação de resultados", conta Carlos Tavares, o presidente do regulador.

 

"A partir do início da tarde, sobretudo a partir das 13 horas e mais intensamente das 15 horas, é que se verificou uma queda abrupta das cotações e uma negociação particularmente intensa", descreve Carlos Tavares aos deputados, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

 

"Face aos resultados, não tínhamos de supor que havia falta de informação". Mas isso mudou.

 

Pelas 15h12, Carlos Tavares recebeu um telefonema do Banco de Portugal, pela voz do governador Carlos Costa. "O governador contactou-me às 15h12, dizendo apenas que receava uma fuga de informação".

 

Pouco tempo depois, o presidente da CMVM voltou a ligar ao líder do BdP: "O governador disse que havia desenvolvimentos novos no fim-de-semana". Carlos Costa admitiu ter feito este telefonema na tarde de sexta-feira 1 de Agosto. Isto apesar de ter decidido, na noite de quinta-feira, 31 de Julho, que a resolução era a única hipótese de salvar o BES.

 

A suspensão das acções do BES foi determinada pela CMVM e executada pela gestora da Bolsa de Lisboa às 15h42 de 1 de Agosto: os títulos do BES caíam 40,3% para os 12 cêntimos. Foi esse o valor a que as acções encerraram na sexta-feira que antecedeu ao 3 de Agosto em que a resolução foi aplicada ao banco.

 

A CMVM abriu investigações ao abuso de informação privilegiada nesta semana de negociação do BES (ou seja, quer saber se alguém teve acesso a informação que possa ter dado indicações sobre o que deveria fazer com as acções, seja para ganhar valor ou evitar perdas).

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