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CMVM: "Nenhuma entidade pública pode impedir um aumento de capital"

O BES realizou um aumento de capital de 1.045 milhões de euros em Maio. Meses depois, foi alvo de uma medida de resolução. Ninguém poderia evitar aquele aumento de capital.

Bruno Simão/Negócios
18 de Novembro de 2014 às 16:58
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Quem pode impedir a realização de um aumento de capital, mediante a emissão de novas acções, de um banco cotado em bolsa? Pergunta o deputado comunista Miguel Tiago na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

 

"Podem os accionistas. E qualquer dos responsáveis pelo prospecto", respondeu o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o inquirido na sessão desta terça-feira, 18 de Novembro.

 

Que entidade pública pode impedir a realização de um aumento de capital de um banco cotado em bolsa? Perguntou novamente o mesmo deputado.

 

"Nenhuma entidade pública pode impedir um aumento de capital deliberado pelos accionistas", respondeu Carlos Costa.

 

O BES realizou um aumento de capital, conseguindo arrecadar 1.045 milhões de euros com a colocação de todas as acções em investidores. Foi bem-sucedido. Mas, em Agosto do mesmo ano, as necessidades de capital reveladas pelos prejuízos de 3.577 milhões de euros do primeiro semestre, obrigaram a que o Banco de Portugal ordenasse a resolução do banco. Com perdas para os accionistas, muitos deles investidores nesse aumento de capital.

 

Mas não podia o aumento de capital ser evitado pelo Banco de Portugal? "O Banco de Portugal tem de garantir que os bancos tenham o capital suficiente". Ou seja, o regulador do sector financeiro só tinha a responsabilidade de ordenar aquele aumento de capital porque só com ele os rácios mínimos eram garantidos.  

 

BdP teria actuado de "forma diferente" com nova informação  

 

"É evidente que se o Banco de Portugal tivesse informação sobre tudo o que sabemos hoje, seguramente teria actuado de forma diferente", admitiu ainda, em respostas aos deputados.  

"Agora, na altura, com a informação disponível, não vejo" outra forma de actuação, avisou. 

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