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CGD: Jerónimo acusa de PSD e CDS de terem "abandonado o banco à sua sorte"
O secretário-geral do PSP, Jerónimo de Sousa, afirmou na noite de sexta-feira que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) não deve reduzir a sua actividade e "abrir espaço à banca privada", acusando PSD e CDS de serem responsáveis pela situação.
"A recapitalização da CGD é um passo importante na afirmação desta instituição enquanto banco público. É condição necessária mas não suficiente para assegurar as suas funções. O papel que deve desempenhar não deve ser diminuído por um qualquer plano de negócios imposto a partir de Bruxelas ou Frankfurt, que reduza a sua intervenção e abra espaço à banca privatizada", disse.
Jerónimo de Sousa, que intervinha durante a apresentação de Sofia Martins como candidata da CDU à Câmara do Barreiro, referiu que a CGD deve manter uma rede de balcões que "sirva o país e com critérios de apoio à economia". "Não é pela via da redução da actividade à custa dos trabalhadores e da dimensão da sua rede. Se a CGD sair dos concelhos, outros ocupam, e esses são a banca privada", salientou.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve um prejuízo histórico de 1.859 milhões de euros em 2016, mais de dez vezes superior aos resultados negativos de 171,5 milhões registados em 2015, divulgou o banco público.
"Os resultados, mesmo ficando aquém das previsões mais pessimistas, vêem confirmar que estamos perante uma situação que urge resolver e que PSD e CDS são responsáveis políticos, pelo facto de nos quatro anos em que estiveram no governo terem abandonado o banco público à sua sorte, não intervindo no momento certo para a sua recapitalização, como parte integrante de uma estratégia de privatização que vinham desenvolvendo", afirmou Jerónimo de Sousa.
Jerónimo de Sousa considera que, "para eles, quanto pior estivesse a CGD, melhor estariam eles no governo e a possibilidade da privatização".
O líder do PCP defendeu ainda que "parte significativa" dos resultados são justificados pela provisão de imparidades de créditos perdidos, considerando que "alguns foram cedidos a amigos para a especulação bolsista e negócios ruinosos sem nenhum tipo de garantias de retorno do dinheiro".
"O banco público serviu de sustento aos grupos económicos e financeiros para conseguirem aumentar os seus dividendos, deixando um rasto de massa falida difícil de recuperar. O problema central é que o banco público tenha também uma gestão pública e não numa concepção privada", concluiu.