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Oficial: Caixa com prejuízos de 1.859 milhões em 2016
As imparidades, que superaram os 3 mil milhões de euros, pesaram no desempenho do banco em 2016.
A Caixa Geral de Depósitos apresentou um prejuízo de 1.859 milhões de euros em 2016, depois do reconhecimento de mais de 3 mil milhões de euros de imparidades.
A auditoria que teve lugar na Caixa Geral de Depósitos levou ao reconhecimento de um montante de 3.016,9 milhões de euros em imparidades e provisões em 2016. É este o valor que justifica, em grande medida, o histórico prejuízo de 1.859 milhões de euros.
O resultado líquido negativo registado no ano passado compara com os prejuízos de 171 milhões registado em 2015, segundo mostra o relatório divulgado esta sexta-feira, 10 de Março.
Olhando para os indicadores da CGD, a margem financeira (que representa a diferença entre os juros cobrados e os juros pagos) somou 5,5% para 1.145 milhões de euros. A redução do custo de financiamento permitiu esta evolução positiva.
Em sentido inverso, as comissões líquidas caíram 6,9% para 463,6 milhões de euros.
Juntando a subida da margem e a queda das comissões e também dos resultados de operações financeiras, o produto bancário da instituição financeira recuou 22,6% para 1.547,2 milhões de euros.
Do lado dos custos, houve uma queda de 9,1%, que envolve por exemplo o Plano Horizonte, que passou por um processo de reformas antecipadas.
Foi depois a constituição de imparidades, com um aumento desde os 715 milhões em 2015 para 3.016,9 milhões em 2016, que contribuiu para o prejuízo, o maior da história da CGD. A imparidade de crédito ascendeu a 2.396,4 milhões, diz o comunicado do banco público.
A impedir que os prejuízos fossem mais expressivos esteve a factura fiscal. A CGD teve uma poupança fiscal de 827 milhões de euros através de impostos diferidos, que existem na base de o banco apresentar resultados positivos no futuro. Macedo afirmou que o lucro líquido chegará em 2018.
Queda de 5% dos depósitos
Em relação ao balanço, os depósitos no banco deslizaram 5,2% para 56.165 milhões de euros, penalizado pela queda de 36% de institucionais de 1,8% dos particulares.
Já o crédito concedido a clientes pelo banco em Portugal desceu 3,5% para 51.453 milhões de euros, com a maior queda (10,8%) a verificar-se no segmento empresas mas também a recuar (5,1%) nos particulares.
Com as imparidades constituídas no banco em 2016, "o rácio de crédito vencido com mais de 90 dias atingiu 6,6% em Dezembro de 2016 (7,2% em 2015), tendo a respectiva cobertura por imparidades fixado-se em 123,9%, o que compara com 102,2% em Dezembro de 2015".
Olhando para o capital, o rácio de capital CET1 fixou-se em 7%, tendo de chegar a 9,75% no final do ano. Com o aumento de capital com dinheiros estatais aprovado esta sexta-feira pela Comissão Europeia, no valor de 2,5 mil milhões, o rácio subirá para 12%, segundo as regras em vigor ("phased in").
(Notícia actualizada pela última vez às 17:59)