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Macedo explica prejuízos da Caixa quarta-feira no Parlamento
O presidente da CGD vai esta quarta-feira ao Parlamento explicar as contas do ano passado, em que o banco do Estado teve prejuízos recorde de 1.860 milhões. Pedido foi feito pelo PSD que quer explicações sobre a alteração dos critérios de avaliação de créditos.
Paulo Macedo vai esta quarta-feira ao Parlamento explicar os prejuízos históricos de 1.860 milhões de euros registados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) no ano passado. O líder do banco do Estado foi chamado à comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa pelo PSD.
A posição dos sociais-democratas foi assumida a 10 de Março, dia em que a Caixa apresentou perdas recorde, sobretudo devido ao registo de mais de 3.000 milhões de imparidades para crédito e outros activos. O deputado Duarte Pacheco reclamou a presença do ministro das Finanças e de Paulo Macedo "para que seja explicado a todos os portugueses o que é que mudou, que alteração de critério houve da avaliação que era feita quer do risco quer dos créditos já concedidos".
Para já, sobre os prejuízos da CGD, apenas está prevista a audição do presidente do banco, agendada para as 18:00 desta quarta-feira, de acordo com informação disponibilizada no site da Assembleia da República. No mesmo dia, pelas 10:00, também o ministro das Finanças vai à COFMA. O pretexto desta deslocação não é a Caixa, mas a situação do BES/NB e as transferências para "offshores".
Recorde-se que as perdas de 1.860 milhões de euros registadas pela CGD no ano passado deveram-se, sobretudo, ao registo de imparidades previsto no plano de negócios da instituição que foi aprovado por Bruxelas e que permitiu que a Comissão Europeia viabilizasse a capitalização do banco sem considerar a operação uma ajuda do Estado.
Aliás, no âmbito desta autorização, a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia vai fiscalizar trimestralmente o cumprimento das metas previstas no plano de negócios da Caixa. E, em caso de a execução apresentar desvios, está previsto que Bruxelas imponha cortes adicionais de custos – com mais saídas de trabalhadores e mais encerramento de balcões –, aumentos dos preços praticados pelo banco e um aprofundamento do desinvestimento nas operações internacionais, como o Negócios noticia esta segunda-feira.