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BdP garante que poupanças no Popular Portugal estão "protegidas"
A actividade do Banco Popular Portugal mantém a "normalidade", mas a unidade do grupo espanhol é integrada no Santander Totta. As poupanças na instituição financeira, que conta com 118 agências, estão salvaguardadas, garante o Banco de Portugal.
O Banco Popular Portugal já não pertence ao Popular. A unidade está, agora, integrada no também espanhol Santander, após a medida de resolução através da qual o Popular passa para o grupo liderado por Ana Botin. Aliás, a unidade é incorporada no Santander Totta, o banco sob o comando de António Vieira Monteiro (na foto).
"Para o Banco Popular Portugal, esta medida não implica qualquer alteração na actividade do banco português, que continua a operar com total normalidade, agora integrado num novo grupo bancário", indica o Banco de Portugal num comunicado emitido esta quarta-feira, 7 de Junho.
A decisão da resolução foi anunciada pelo Conselho Único de Resolução, a autoridade europeia competente na resolução de problemas na banca: o Popular foi vendido por um euro ao Santander no âmbito de uma medida de resolução.
Nessa venda, vai também o banco de direito português que o grupo espanhol tinha: o Popular Portugal. "A filial portuguesa do Banco Popular Español – o Banco Popular Portugal, S.A. – não foi objecto de qualquer medida de resolução e está incluída no perímetro de venda, pelo que passa a integrar o grupo do Banco Santander", segundo a nota divulgada pelo regulador liderado por Carlos Costa.
O banco Popular em Portugal, que estava em processo de transformação em subsidiária do Popular, conta com 118 agências espalhadas pelo país, onde trabalham 901 funcionários - que agora passam a ser trabalhadores do Santander Totta. A instituição tem 322 caixas automáticas no país. Os dados são referentes ao final de 2016.
Esta unidade passa agora a fazer parte do grupo Santander e é incorporada no Santander Totta, o banco de direito português do grupo. "O Banco Santander Totta passa a deter uma quota de mercado de cerca de 17%, tornando-se no maior banco privado português em termos de activos e de crédito e um dos maiores em termos de recursos", defende a instituição presidida por Vieira Monteiro. A pública CGD continua a ser o maior banco nacional.
Poupanças salvaguardadas
O regulador considera que a estabilidade foi conseguida com a medida de resolução. "A solução preserva, por isso, a estabilidade do Banco Popular Portugal e contribui para a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro português", esclarece o regulador da banca nacional.
As poupanças colocadas na instituição financeira estão salvaguardadas, de acordo com a garantia deixada pelo Banco de Portugal: "Esta solução não contempla financiamento por parte de organismos nacionais e protege as poupanças confiadas ao Banco Popular Portugal, assegura a continuidade dos serviços prestados em Portugal e do financiamento à economia".
Esta é a segunda expansão inorgânica do Santander em Portugal em ano e meio. A 7 de Junho de 2017 integra o Popular, depois de a 20 de Dezembro de 2015 ter ficado com o Banif, igualmente no âmbito de uma medida de resolução. No caso espanhol, não há financiamento estatal para financiar a operação – o Santander vai realizar um aumento de capital de 7 mil milhões de euros para absorver os custos. Em Portugal, houve uma injecção de 2,25 mil milhões de euros no Santander Totta para absorver o Banif, a que foram acrescentadas garantias estatais que elevam a fasquia aos 3 mil milhões.