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Moody’s mantém "rating" do Santander após compra do Popular
O facto de o Santander comprar um banco mais frágil é compensado pelo aumento de capital de 7 mil milhões de euros que está a caminho. As obrigações seniores do Popular melhoram o "rating", as subordinadas afundam e desaparecem.
A compra do Popular pelo Santander não afecta a classificação de risco do grupo liderado por Ana Botín, na óptica da Moody’s. Tanto o "rating" como a perspectiva sobre o Santander mantêm-se intactos, com uma notação duas notas acima da dívida espanhola.
A classificação de risco do banco, que controla o Santander Totta em Portugal, foi reafirmada em todos os seus indicadores, incluindo a dívida de longo prazo em "A3", uma notação média-alta e sujeita a baixo risco. "A perspectiva para os ‘ratings’ de dívida sénior a longo prazo e dos depósito continua estável", indica o comunicado emitido esta quinta-feira, 8 de Junho.
A nota segue-se à decisão do Conselho Único de Resolução de aplicar uma medida de resolução ao espanhol Popular, causando perdas aos accionistas e detentores de obrigações subordinadas, e posterior venda por um euro ao Santander. Para cobrir o risco do banco comprado, o Santander vai fazer um aumento de capital de 7 mil milhões de euros.
"A posição de capital do Banco Santander continua praticamente inalterada depois da aquisição do Banco Popular. A agência de ‘rating’ considera que o impacto da aquisição de uma instituição materialmente mais fraca vai ser amplamente compensada pelo aumento de capital de 7 mil milhões que está totalmente subscrito", explica a nota assinada por Maria Cabanyes.
No que diz respeito às métricas de risco de crédito malparado, a compra do Popular fica prejudicado com a aquisição, o que tem como contraponto o nível de provisionamento maior. Um outro ponto positivo apontado pela Moody’s é, ao nível de negócio, o crescimento que o Santander consegue no campo das pequenas e médias empresas. No campo dos resultados, os custos de reestruturação podem ser de 1,3 mil milhões de euros, mas as sinergias esperadas até 2020 são de 500 milhões de euros.
Quanto ao que diz respeito à dívida do Popular, há uma subida das obrigações seniores para o "rating" de "B1", devido ao facto de o Santander poder injectar dinheiro caso seja necessário. A classificação será a mesma da do Santander quando a integração estiver finalizada.
Já a dívida subordinada do Popular tem o "rating" completamente cortado para "C", a mais baixa classificação de risco atribuída pela Moody’s, sendo que a partir de agora deixa de ser atribuída Esta dívida foi amortizada, desaparecendo e causando perdas aos seus detentores, no âmbito das operações que conduziram à resolução do Popular.