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Américo Amorim chegou a ser o mais Popular no banco que vai desaparecer

O homem mais rico de Portugal já foi o maior accionista individual do Popular, onde entrou em 2003 quando vendeu os seus 75% do então BNC por troca de 4,5% da instituição financeira espanhola, onde reforçou até 8%. A partir de 2010, começou a desfazer-se gradualmente desta sua participação.

07 de Junho de 2017 às 16:07
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O trajecto do banqueiro Américo Amorim começa a desenhar-se em 1981, quando o dono da maior corticeira mundial participa na fundação da primeira sociedade de investimento privada, a SPI, que mais tarde se transforma no primeiro banco privado português – o BPI.

Em 1984, perante a recusa da instituição em transformar-se em banco comercial, decisão que acabaria por tomar mais tarde, parte para a criação do BCP, tendo sido Amorim a convidar Jardim Gonçalves, então à frente do BPA, para presidente do novo banco.

Em 1993, por não concordar com o rumo dado por Jardim Gonçalves ao BCP, protagonizando a oposição à proposta de introdução da blindagem dos estatutos, Américo vendeu os 15% que tinha nesta instituição financeira e faz nova investida no sector: cria o Banco Nacional de Crédito imobiliário (BNC).

Trocou o BNC por 4,5% do Popular em 2003

Em Janeiro de 2003, Amorim chegou a acordo com o Banco Popular Español para a venda dos seus 75% no BNC por troca de 4,5% da instituição financeira espanhola. "Eu não recebo um euro em dinheiro. É uma troca de participações", explicou, na altura, sublinhando o facto de passar a ser o maior accionista individual do banco.

Desde então, o empresário foi reforçando a sua participação no Popular. Chegou a deter cerca de 8% do capital da instituição, mas começou a desfazer-se gradualmente da sua participação à entrada desta década.

25 de Setembro de 2013: "Na sessão de hoje, o conselho de administração do Banco Popular aceitou a demissão apresentada por Américo Amorim [do cargo] de vogal do conselho, derivada da venda da totalidade da participação accionista que mantinha no capital social do banco", referia um comunicado do Popular publicado no site do regulador espanhol. Os jornais portugueses titularam: "Américo Amorim sai do Banco Popular dez anos depois".

Mas, afinal, Amorim continuava a ser accionista da instituição. O empresário demorou uma dúzia de dias para esclarecer que, de facto, deixou de ter uma participação directa no Popular, através da venda da posição que tinha através de uma sociedade-veículo chamada Topbreach, mas que continuava, indirectamente, a ser um accionista de referência do Popular através de uma empresa denominada Unión Europea de Inversiones, que detinha perto de 4% do banco.

Nos anos seguintes, Américo Amorim continuou a vender gradualmente as suas acções no Popular. As últimas informações sobre a participação do empresário no capital do banco agora adquirido pelo Santander dá conta que poderia ainda manter uma posição residual.

Bancário no Brasil, em Moçambique e em Portugal

De regresso ao trajecto bancário de Amorim, o homem mais rico de Portugal participou, em 2005, na fundação do Banco BIC Angola, que criou o Banco BIC no nosso país três anos depois, com uma participação de 25%, de que viria a desfazer-se em Setembro de 2014.

Três anos antes, em 2011, Amorim fundou o Banco Único, em Moçambique, onde o grupo detém 36,4% do capital. E no ano seguinte entrou no Banco Luso-Brasileiro, que está sediado em São Paulo, onde possui uma participação de 43%.

Em Portugal, Amorim é accionista fundador do Banco Carregosa e a última réstia de accionistas portugueses no conselho do BPI - na última assembleia-geral da instituição agora controlada pelo espanhol CaixaBank, Cristina Rios Amorim, sobrinha de Américo, foi nomeada administradora da instituição, onde o grupo Amorim tem 0,135% do capital.  

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