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EDP Renováveis regista prejuízos de 556 milhões em 2024

O braço da EDP para as renováveis fechou o ano passado com as contas no vermelho. A culpa é, em parte, de Donald Trump, e das suas ordens executivas desde 20 de janeiro, o que levou a EDPR a registar imparidades no eólico offshore nos EUA.

A energética liderada por Miguel Stilwell d’Andrade vai usar o encaixe para financiar ativos sustentáveis.
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Depois de ter registado lucros de 309 milhões de euros em 2023, a EDP Renováveis anunciou esta quarta-feira prejuízos de 556 milhões de euros em 2024, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. A culpa é, em parte, de Donald Trump, e das suas ordens executivas desde 20 de janeiro, o que levou a EDPR a registar imparidades no eólico offshore nos EUA.  

"Foram uns últimos meses turbulentos desde a última vez que falámos", disse o CEO da EDPR Miguel Stilwell, no início da call com analistas, que se seguiu à apresentação de resultados do ano passado. O responsável anunciou que em 2025 e 2026 a empresa vai moderar o seu ritmo de investimento. "Não foi um ano excelente para a EDP Renováveis", admitiu. 

"Tem havido muita especulação face aos EUA e aos riscos para as energias renováveis. Independentemente da incerteza política, a procura de energia nos EUA vai aumentar na próxima década. O país e o mercado americano tem estado instável, com altos e baixos, mas com um crescimento previsto para os próximos anos", disse o CEO, acrescentando que a empresa "está a navegar com prudência" e mantém o otimismo face aos EUA.  

Em termos de resultado líquido recorrente a empresa dá conta de 221 milhões, com "o desempenho  operacional a não ser suficiente para compensar os menores ganhos de rotação de ativos face a 2023 e maiores resultados financeiros".

Quanto ao EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a elétrica diz que foi impactado por prejuízos na ordem dos 147 milhões de euros, relativos a "itens não recorrentes, principalmente provenientes de uma decisão preventiva da Ocean Winds de registrar uma imparidade de 133 milhões (ao nível da EDPR) no seu negócio offshore nos EUA devido à incerteza atual em torno dos projetos offshore nos EUA após as ordens executivas presidenciais emitidas em 20 de janeiro".

Ao nível do resultado líquido, refere a EDPR, o impacto total dos itens não recorrentes foi de -777  milhões de euros, explicado pela mesma imparidade em offshore nos EUA, bem como pela decisão de não prosseguir com os investimentos restantes necessários para construir os projetos eólicos de 500 MW na Colômbia, "resultando num impacto total de -590 milhões entre imparidade, provisões para garantias ainda a serem incorridas e impostos".

Em terreno positivo, em 2024 a EDP Renováveis atingiu um recorde histórico com um aumento bruto de capacidade instalada de energias renováveis de 3,8 GW (sobretudo solar e armazenamento, nos EUA). A produção renovável aumentou 6% para 36,6 TWh, acima do esperado.


As receitas aumentaram 4% face a 2023, apesar do preço médio de venda mais baixo de 58,9 euros/MWh, -3% por comparação com 2023, incluindo o impacto de preços de mercado mais baixos na Europa, enquanto nos EUA se mantiveram dinâmicas estáveis de preços.

O EBITDA recorrente atingiu 1.684 milhões em 2024 (o que compara com 1.845 milhões em 2023), penalizado por menores ganhos de rotação de ativos de 179 milhões (face aos 460 milhões de ganhos de rotação de ativos em 2023).

Diz a empresa que a rotação de ativos envolveu quatro transações concluídas no ano, contabilizando um total de 1,5 mil milhões de euros de proveitos face a 1 GW: uma venda nos EUA de uma participação de 80% num portfólio solar de 300 MW; outro negócio no Canadá de uma participação de 80% num projeto eólico de 300 MW; dois negócios na Europa, um para uma participação de 100% num portfólio eólico de 200 MW na Itália e outro para uma participação de 100% num portfólio eólico e solar de 200 MW na Polónia.

No geral, a capacidade instalada aumentou 17%, para 19,3 GW em 2024.

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