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Rui Rio adia candidatura presidencial para depois das legislativas e deixa recados a Marcelo

O ex-presidente da câmara do Porto publicou um artigo de opinião no Jornal de Notícias em que se insurge contra as notícias sobre a sua candidatura às presidenciais e contra possíveis candidatos que “vão estando no terreno de forma dissimulada”, numa alusão a Marcelo.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Setembro de 2015 às 09:55
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Rui Rio só vai anunciar se é candidato à Presidência da República depois das eleições legislativas, ou seja, só depois de 4 de Outubro. O ex-autarca deixa essa garantia num extenso artigo de opinião publicado esta quarta-feira, 2 de Setembro, no Jornal de Notícias, em que explica que, entre as razões por que prefere remeter essa decisão para Outubro, está o facto de não querer ser acusado de vir a prejudicar o resultado do PSD.

 

"O resultado da minha ponderação – que o sentido de responsabilidade a todos impõe – é o de guardar para depois das legislativas a decisão final sobre uma candidatura a Presidente da República", afiança.

O ex-presidente da câmara do Porto garante que ponderou apresentar a sua candidatura presidencial em dois momentos: no "fim de Julho ou início de Setembro". Porém, decidiu não o fazer porque, com isso, "iria, com elevada probabilidade, abrir portas ao surgimento de um discurso político hipócrita" por parte daqueles que "mais desejam a derrota da coligação", e que podiam associar Rio a uma "enorme fractura" numa "coligação que estava vencedora".

 

Rio vê uma "consistente hipótese de vitória da coligação, que me parece que se está a desenvolver no eleitorado", e por isso prefere não fazer agora o anúncio. Segundo o próprio, essa decisão, "a ser tomada agora, obedeceria apenas a ditames de natureza táctica". Entre os quais "a vantagem de, por antecipação, poder responder não só aos candidatos que já estão abertamente no terreno, como também àqueles que vão estando de forma mais dissimulada" – uma farpa implícita para Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Até porque esses candidatos "utilizam palcos televisivos de que outros não dispõem". Mais provas de que Rio está a criticar Marcelo? Rio caracteriza essa intervenção pública como "elemento deformador da igualdade de oportunidades democráticas", o que leva a que haja quem defenda que "os candidatos só se devem apresentar depois de Outubro, ou seja, quanto mais tarde melhor". Porquê? "Porque quanto mais tarde, mais se consegue usufruir de tais palcos".

 

O ex-autarca diz sentir que existe um "conjunto de falsas notícias com base em fontes contaminadas", que "se tem vindo a avolumar". Com que intenção? Com o "intuito de me tentar descredibilizar e procurar evitar que eu antecipe para agora a minha decisão final", assume.

 

Candidaturas à esquerda não despertam entusiasmo

 

Rio diz que existe um "grande receio perante a dimensão que uma candidatura" sua "poderá tomar na sociedade", mas prefere não fazer o mesmo que Maria de Belém fez no PS. Até porque "a sociedade portuguesa ainda não despertou para o tema e só no momento em que isso acontecer é que todas as candidaturas poderão medir todo o seu potencial e toda a sua utilidade".

 

Aliás, "basta olhar para as duas candidaturas já assumidas à esquerda" para se perceber que "o entusiasmo que, nesta altura, conseguem despertar é manifestamente insuficiente, para não dizer nulo". E "mesmo no que concerne a outras mais à direita – que não estando vão estando" um avanço antecipado tem "originado mais anticorpos do que propriamente apoios e entusiasmo".

A propósito das presidenciais, o vice-presidente do PSD, Carlos Carreiras, deixa esta quarta-feira, no i, um elogio a Santana Lopes, que anunciou que está fora da corrida a Belém. "Tem o que falta a muitos outros, que por ressabiamento e falta de bom senso, fariam o contrário do que ele fez", comentou Carreiras.

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