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Rui Rio: "Estabilidade do próximo Governo assentará no novo Presidente da República"
Em entrevista à RTP, o ex-autarca do Porto falou do papel do Presidente da República, que antevê como central no equilíbrio e estabilidade da próxima legislatura. Relativamente às eleições legislativas de 4 de Outubro, afasta um cenário de maioria absoluta.
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Questionado sobre as declarações do actual Presidente da República, Cavaco Silva, que afirmou horas antes ser "extremamente desejável" uma maioria absoluta nas eleições legislativas, Rui Rio alertou que a probabilidade de isso não acontecer "é enorme". "Aliás, o mais provável é não haver maioria. Mesmo que o Partido Socialista ganhe as eleições não será com maioria e o mesmo com a coligação", acrescentou.
Rui Rio considera que estamos num cenário "muito equilibrado", que não era previsível há dois anos e que foi influenciado por acontecimentos recentes. "Tudo isto que se passou na Grécia ajudou as pessoas a perceber o que seria se não tivéssemos cumprido o memorando", considera.
O antigo autarca não considera que as palavras do actual Presidente da República influenciem as pessoas, "quanto muito influencia um voto útil à esquerda e prejudica os partidos mais pequenos". Pode sim, sublinha, "condicionar o discurso dos próprios partidos em campanha eleitoral". "Não vou insultar o meu adversário político porque no dia 5 de Outubro posso ter de fazer um acordo com ele", explica.
Face a um cenário parlamentar que poderá implicar alguma instabilidade política, o militante do PSD repetiu várias vezes que "o referencial de estabilidade vai passar para o Presidente da República".
O antigo presidente da Câmara do Porto relembrou que houve no passado momentos de crise em que o Presidente da República teve de intervir e acredita que é provável que o cenário se repita. Com isto, Rui Rio não afasta o risco de uma crise política, que diz estar dependente do desempenho dos líderes partidários "que ganharem ou perderem", uma vez que isso implicará consequências no partido, "quer seja o PS quer seja o PSD, na coligação, a perder" e a sua resolução assentará "na capacidade de o Presidente da República, actual ou novo, estabelecer consensos e pontes entre os diversos partidos".
Questionado sobre o papel e poder do Presidente da República em dar posse a um governo que não é maioria, Rio responde que "o Presidente tem condições para fazer tudo para que os partidos se entendam". E sublinha que qualquer partido que ganhe deve tentar um "entendimento", seja o "PS com o PSD, CDS ou Partido Comunista" ou "a coligação com o PS". Não obstante, destaca que um "arranjo em nome da estabilidade, sem sustentabilidade" não faz sentido.
Ainda na ideia da estabilidade entre os partidos após as eleições, Rui Rio acredita que o partido que perder "vai entrar em crise e o que ganhar vai ficar sem interlocutor válido".
O antigo autarca não considera que as palavras do actual Presidente da República influenciem as pessoas, "quanto muito influenciam num voto útil à esquerda e prejudicam os partidos mais pequenos". Podem sim, sublinha, condicionar "o discurso dos próprios partidos em campanha eleitoral". "Não vou insultar o meu adversário político porque no dia 5 de Outubro posso ter de fazer um acordo com ele", explica.