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Portugal pós-troika está melhor e está pior, diz Rui Rio

Rui Rio reflectiu sobre o estado do país, o memorando da troika e a crise grega e europeia. Entre as suas declarações, o antigo autarca alerta que uma repetição do cenário de 2011 não é totalmente impossível e há que ser cauteloso.

Miguel Baltazar/Negócios
23 de Julho de 2015 às 02:26
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Questionado em entrevista à RTP sobre se a coligação PSD/CDS-PP merece uma vitória, Rui Rio, relembrando que é militante social-democrata, assume que o Portugal pós-troika está pior e melhor. "A dívida externa é um pouco maior. Temos um PIB mais pequeno, produzimos menos e temos mais desemprego", exemplificou. Mas aponta a contrapartida: "A dívida portuguesa estava crescer a um ritmo brutal e aquilo que conseguimos com a troika foi travar a fundo o ritmo de crescimento da despesa".

O autarca falou ainda da despesa dos portugueses e explicou: "quando os políticos nos dizem que vivemos acima das nossas possibilidades, quer dizer que importamos mais do que exportamos, e isso gera um défice que nos obriga a pedir dinheiro emprestado". 

"O Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia têm de aprender com o que aconteceu com Portugal e a Grécia e ajustar os seus programas", disse Rui Rio. Não criticando as medidas de austeridade, defende a prevalência de "medidas compensatórias de de crescimento económico de braço dado com o desenvolvimento, em harmonia social".

Face à obrigatoriedade do cumprimento do memorando da troika, Rui Rio assume que o cenário poderia ter sido diferente, especialmente na relação entre funcionários públicos e trabalhadores do sector privado. "Houve ali um momento em que o Governo disse que nos privados estavam os bons e nos públicos estavam os maus", critica. Mas, no geral, dá uma nota positiva: "houve muito sofrimento, mas estamos muito melhor do que se não tivéssemos cumprido". Contudo, alerta que "podemos voltar a 2011", independemente da força política que ganhar as eleições, devido a uma "conjuntura volátil". 

Um dos cenários que aponta é a "governação despesista do PS", que crê ser má em qualquer circunstância "e principalmente nesta".

Sobre a crise grega, Rui Rio afirmou que Atenas "cometeu muitos erros e numa escala maior do que Portugal" e lembra que "a Grécia teve um perdão de dívida de 100 mil milhões de euros" e que "se Portugal tivesse tido o mesmo perdão estava tudo muito confortável". Afastando um cenário de vingança da Europa sobre a Grécia", Rio sublinha que as medidas de austeridade não são suficientes e deve existir "uma reestruturação e investimento na Grécia".

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