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Apoiante de Rio reclama "primárias" para sucessão de Passos

O processo de revisão dos estatutos do partido deve "iniciar-se de imediato" para que o próximo presidente social-democrata já seja escolhido pelo método que levou António Costa à liderança do PS, defende Rui Nunes.

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04 de Agosto de 2015 às 17:41
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O professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e fundador da plataforma "Fórum Democracia & Sociedade - Uma Agenda para Portugal" (FDS), Rui Nunes, defende que "o PSD deve iniciar um processo de revisão dos estatutos que permita que as próximas eleições para a presidência [do partido] possam decorrer com a participação de militantes e de simpatizantes". E dada a proximidade das eleições legislativas, agendadas para 4 de Outubro, "o necessário processo de revisão estatutária deve iniciar-se de imediato, com serenidade e transparência, de modo a evitar qualquer cenário de desestabilização política".

 

Rui Nunes é um apoiante próximo de Rui Rio, que numa entrevista ao DN, publicada em Dezembro, afirmou que o ex-autarca do Porto tem "perfil para ser primeiro-ministro e Presidente da República" e condições para ser "imbatível" em qualquer dessas corridas. Agora, numa nota enviada à imprensa em que fala em nome da FDS, reclama que a eleição do próximo líder social-democrata – que poderá acontecer logo após as legislativas, caso António Costa seja o vencedor – deve decorrer pelo método de primárias, qualquer que seja o cenário político ou a conjuntura económica.

 

Desse modo, acrescenta o ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde, o sucessor de Pedro Passos Coelho terá uma legitimidade "claramente" reforçada e a campanha interna para a sucessão laranja poderá ser "[virada] para o exterior, para as pessoas e para os seus problemas concretos, e não para o aparelho partidário". Recorde-se que Rui Rio ainda mantém o tabu sobre se avança para a corrida em Belém, prevista para o início de 2016, ou seja, já depois das legislativas e de um hipotético processo de substituição da actual liderança do partido.

 

O método de primárias, que também foi seguido pelo recém-formado partido LIVRE, criado pelo eurodeputado Rui Tavares, para as listas de deputados à Assembleia da República – foi introduzido pelo PS durante a última disputa interna entre António José Seguro e António Costa, em Setembro de 2014, que o ex-autarca de Lisboa venceu com quase 70% dos votos. Além dos militantes, este sistema permite o voto de "simpatizantes", tendo sido recebidas no Largo do Rato perto de 145 mil inscrições para a disputa interna socialista.

 

Sociedade civil contra "clientelas" partidárias

 

Criado há quase dois anos, o FDS foi apontado desde o início como uma plataforma para alavancar o futuro político de Rui Rio, logo após a sua saída da presidência da Câmara do Porto, embora os seus promotores sempre tenham rejeitado esse propósito. Realizou perto de 30 acções por todo o país, com a participação do próprio Rui Rio e de algumas personalidades que lhe são próximas, como Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel, Silva Peneda ou Morais Sarmento. O ex-ministro de Durão Barroso inclusive prefaciou o livro "De Corpo Inteiro", editado pela Porto Editora, uma das duas biografias autorizadas do economista de formação que foram lançadas no último ano.

 

E foi dessas reflexões, verbalizou Rui Nunes, um especialista em bioética, que saiu o entendimento de que "o modo encriptado como vivem os partidos – favorecendo as clientelas e menosprezando o mérito – só é ultrapassado com a participação activa da sociedade civil na escolha dos principais responsáveis pela governação, ou seja, com eleições primárias para a escolha dos líderes partidários e, portanto, candidatos a primeiro-ministro".

 

Outra proposta do FDS passa pela revisão da lei da paridade, aprovada em 2006, que prevê uma representação mínima de um terço de cada um dos sexos nas listas para a Assembleia da República, autarquias e Parlamento Europeu. A plataforma reclama que a percentagem (normalmente de mulheres) deve "subir o patamar para os 50%", já que essas representantes acabam por ser colocadas quase sempre em terceiro lugar em cada grupo de três candidatos.

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