O Governo da Ucrânia indicou esta segunda-feira estar na "fase final" das negociações com os Estados Unidos de um acordo que lhe dará acesso aos minerais ucranianos em troca de proteção, no centro de tensões entre ambos os países.

"As equipas ucraniana e norte-americana estão na fase final das negociações sobre o acordo relativo aos minerais", declarou a vice-primeira-ministra ucraniana, Olga Stefanichyna, na rede social X.

"As negociações têm sido muito construtivas, com quase todos os pormenores fundamentais concluídos", assegurou.

Esta questão desencadeou fortes tensões com o Governo do novo Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, que tem pressionado a

Ucrânia a assinar um acordo, o que Kiev recusou invocando a ausência de garantias de segurança da parte norte-americana e condições financeiras desfavoráveis.

No domingo, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, excluiu novamente a hipótese de assinar um documento que "dez gerações de ucranianos" teriam de pagar.

Trump, depois de se ter alinhado com a posição russa - que considera a Ucrânia responsável pela eclosão do conflito, embora tenha sido a Rússia a invadir o país vizinho, a 24 de fevereiro de 2022 - e de ter iniciado conversações com Moscovo sem as participações ucraniana ou europeia, tem insistido na intenção de recuperar o montante da ajuda desde então fornecida a Kiev, obtendo acesso aos recursos minerais ucranianos.

Mencionou nomeadamente a quantia de 500 mil milhões de dólares (477,5 mil milhões de euros), um número rejeitado por Kiev.

Zelensky declarou no domingo que a ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia, desde o início da invasão russa, ascende a cerca de 100 mil milhões de dólares (95,5 mil milhões de euros), e não 500 mil milhões (477,5 mil milhões de euros), e que foi principalmente fornecida sob a forma de doações pelo anterior Governo norte-americano, liderado pelo Presidente Joe Biden.

No entanto, o chefe de Estado ucraniano referiu no domingo progressos nas negociações.

"Esperamos que os líderes norte-americanos e ucranianos possam assinar" o acordo "em Washington o mais rapidamente possível, de forma a demonstrar o nosso compromisso para as próximas décadas", disse hoje Stefanichyna.