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Sindicato dos Pilotos acusa gestão da TAP de "mudança de atitude"

O SPAC diz-se "neutral" na privatização da TAP, mas defende que o futuro comprador tenha "capacidade financeira, técnica e de diálogo com trabalhadores". E acusa a administração da companhia aérea de estar a empurrar os pilotos "para quebrarem a paz social".

O preço do curso de piloto de linha aérea, denominado ‘ATP Integrado’, custa cerca de 70 mil euros. Mas há companhias aéreas que pagam a formação.
Rahel Patrasso/Reuters
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O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) diz ser "absolutamente neutral" na privatização da TAP, mas apela à administração da companhia aérea para que esteja em sintonia com os dois maiores partidos – PSD e PS – que se têm de entender neste processo.

Num encontro com jornalistas, esta segunda-feira, a direção do SPAC liderada por Helder Santinhos afirmou "não ser a favor nem contra" a venda da transportadora, considerando que o "importante é a defesa das condições de trabalho".

Sem se querer pronunciar sobre os potenciais interessados na TAP – Lufhansa, Air France-KLM e grupo IAG (dono da British Airways e da Iberia), o sindicato defendeu que "quem vier tem que ter capacidade financeira, capacidade técnica e capacidade de diálogo com trabalhadores".

O SPAC, disse Helder Santinhos, já teve contactos com os sindicatos dos pilotos alemães e espanhóis e pretende ter com os franceses, explicando que "eles também têm preocupações" sobre a privatização.

  

"A privatização é responsabilidade do Governo e o Governo saberá o que é melhor para o país", afirmaram os responsáveis da estrutura sindical, remetendo desta forma para o Executivo a decisão da percentagem de capital a privatizar. No entanto, frisaram, "está mais do que evidenciado que a gestão pública não é boa".

Sem querer avaliar a atual gestão da TAP, o SPAC faz notar que houve uma mudança na atitude da comissão executiva a partir do segundo semestre do ano passado, coincidindo com a mudança de Governo, explicando que se anteriormente havia grande preocupação com a paz social, agora "deixou de haver abertura para o diálogo" e "somos convidados a levar todas as questões para tribunal". A atual direção, que tomou posse em julho do ano passado, diz mesmo que "temos vários processos para entrar em tribunal".

"Estamos a ser empurrados para quebrar paz social pela TAP", afirmaram os responsáveis do SPAC, sindicato que representa 1.200 pilotos. "Não queremos quebrar a paz social porque esta não é a altura ideal, mas se o caminho continuar a ser este há de chegar a altura".

Já sobre o pré-aviso de greve na Portugália, de 12 a 27 de março, entregue pelo Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA), o SPAC considera "altamente irresponsável".

A direção critica ainda a gestão da TAP "por não estar em sintonia com os principais partidos sobre a privatização, o que pode ter consequências nas condições de trabalho".

E remete para mais tarde, e para os seus associados, que os pilotos possam vir a ter uma participação futura no capital da companhia aérea.

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