Notícia
Apesar das divergências, Ramalho Eanes esteve com Soares nas "situações fulcrais"
A viatura com o corpo do antigo Chefe de Estado já deixou a residência da família em Lisboa, no Campo Grande. Acompanhe aqui, minuto a minuto, as reacções à morte de Mário Soares.
Silva Pereira fala em "coragem inspiradora"
O eurodeputado socialista, Pedro Silva Pereira, disse à saída dos Jerónimos que Mário Soares sempre teve uma "coragem inspiradora e dedicação aos valores da justiça, dos direitos humanos e da paz".
"Deixou uma marca que não se apagará", rematou o antigo governante socialista.
Assunção Cristas destaca o homem que "nos trouxe a consolidação da democracia"
Falando em nome da delegação do CDS que prestou homenagem a Mário Soares no Mosteiro dos Jerónimos, Assunção Cristas, líder centrista, notou que esta homenagem é feita "independentemente das nossas convicções políticas".
"É uma homenagem a um político que nos trouxe a consolidação da democracia portuguesa", prosseguiu Cristas acrescentando ainda a "simpatia" que sempre caracterizou o ex-Presidente e fundador do PS.
Sócrates fala em "carinho e amor fraternal" em relação a Soares
José Sócrates também falou aos jornalistas no momento em que abandonava os Jerónimos. O antigo líder do PS falou no "carinho e amor fraternal" nutrido por Mário Soares, sentimento que ficarão "para sempre no meu coração".
Sobre a vida de Soares, Sócrates realçou que a mesma "foi inspiradora e motivadora, não apenas para a minha carreira politica, mas para todos os socialistas". "A biografia política do doutor Mário Soares vive para a história, não vive para um momento ou uma circunstância", acrescentou Sócrates que classifica o fundador do PS como o político português "mais carismático do século XX".
Lembrando-se "muito bem, como se fosse hoje", da última vez em que esteve pessoalmente com Soares, no caso para lhe "entregar o meu livro", Sócrates não quis falar em concreto desse encontro, preferindo "celebrar e honrar a memória de um homem que foi absolutamente extraordinário".
Ainda assim, José Sócrates fez questão de frisar que Soares "esteve ao meu lado nos últimos tempos", naquilo que é uma "memória muito pessoal que partilho apenas com quem está próximo de mim".
"O país olha para o desaparecimento de Mário Soares como se desaparecesse uma parte de nós", concretizou Sócrates sem antes realçar que o antigo Presidente conseguiu cumprir os seus sonhos: Um Portugal democrático, moderno e ambicioso".
Pinto da Costa nos Jerónimos
O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, já apresentou condolências aos filhos de Mário Soares.
Ramalho Eanes realça que esteve com Soares "nos grandes momentos"
Em declarações exclusivas prestadas à RTP, Ramalho Eanes, ex-Presidente da República, o primeiro eleito depois do 25 de Abril, lembrou os "muitos os momentos em que discordámos", destacando, porém, que "nos grandes momentos, nas mais fartas aquisições do pós-25 de Abril, estivemos juntos".
"O essencial foi a transição democrática, a institucionalização da democracia (…) aí estivemos em conjunto", disse Ramalho Eanes sublinhando a concordância com Soares "na criação daquilo que é o Estado Social português, que permitiu criar condições de igualdade no essencial entre todos os portugueses".
Sem negligenciar todas as alturas "em que entendemos o futuro do país de maneira diferente", o general Eanes insistiu que esteve junto a Soares nas "situações fulcrais".
Sobre a aproximação de opiniões partilhada com Soares nos últimos anos, Ramalho Eanes sustentou que a mesma se deveu ao facto de a "unidade popular ter sido ameaçada por um conjunto de políticas que nos foram impostas num estado de necessidade".
Seguro destaca Soares como "principal artífice do Portugal democrático"
António José Seguro falou aos jornalistas à saída do Mosteiro dos Jerónimos, considerando que Mário Soares foi o "principal artífice do Portugal democrático", que deixa quatro "marcas indeléveis: a luta contra a ditadura; o apoio que deu aos presos políticos; a fundação do PS, partido estruturante da nossa vida democrática; e a opção europeia, a opção democrática da nossa revolução".
O antigo líder socialista justificou a presença nos Jerónimos com a vontade de "prestar homenagem ao doutor Mário Soares", tendo destacado três valores que ficarão "para sempre associados" ao fundador do PS: "liberdade, democracia e Europa".
José Sócrates também nos Jerónimos para homenagear Soares
José Sócrates acaba de chegar ao Mosteiro dos Jerónimos para uma última homenagem a Mário Soares. O ex-primeiro-ministro e antigo líder socialista surgiu acompanhado de Paulo Campos, que foi seu secretário de Estado dos Transportes.
Nestes últimos anos Soares destacou-se no apoio concedido a José Sócrates, considerando que o antigo líder do PS estava a ser vítima de um processo político.
Santos Silva lembra que Soares "sempre defendeu posições moderadas"
O ministro dos Negócios Estrangeiros revelou aos jornalistas que a comitiva do Estado que recebeu, na Índia, a notícia da morte de Mário Soares, o fez com "enorme tristeza e enorme emoção".
Augusto Santos Silva, agora incumbido de representar o Governo nas cerimónias fúnebres de Mário Soares, referiu-se ao ex-Presidente como um "democrata, socialista, europeu, que acreditava na coexistência pacífica entre os povos".
E questionado pelas posições adoptadas por Soares nos últimos anos, o chefe da diplomacia portuguesa lembrou que as mesmas não eram marcadas por "pessimismo, mas realismo. Sempre defendeu posições moderadas contra radicalismos", disse Santos Silva recordando que "nos anos 1970 teve de chamar a atenção, inclusive a mim próprio, para os perigos da radicalização".
Já sobre a decisão do primeiro-ministro, António Costa, de prosseguir a visita de Estado à Índia, Santos Silva sustentou que se trata de "uma bela homenagem a Mário Soares. Tenho a absoluta certeza que ele compreenderia".
A finalizar, o ministro falou sobre os acordos de incidência parlamentar que suportam o actual Governo socialista, considerando que esta é uma solução que "cumpre" aquilo que é o legado deixado por Mário Soares, ao confirmar que "é sempre possível arranjar soluções para os problemas".
Ramalho Eanes chega aos Jerónimos
O ex-presidente da República, Ramalho Eanes, já passou pela Sala dos Azulejos, tendo apresentado condolências à filha de Mário Soares, Isabel Soares.
Seguro nos Jerónimos para homenagear Soares
António José Seguro, ex-secretário-geral do PS, está na fila para apresentar condolências à família de Mário Soares. O ex-líder socialista reapareceu, acompanhado da sua mulher, em público para prestar uma última homenagem ao fundador do PS.
Catarina Martins lembra Soares pela luta em comum contra a troika
A líder bloquista afirmou que Mário Soares "será recordado pelo Bloco de Esquerda pelas vezes que lutámos juntos contra a guerra do Iraque ou contra a troika", embora Catarina Martins tenha recordado as "muitas vezes" em que o ex-líder socialista manteve "conflitos" com a esquerda.
Para a coordenadora do Bloco, Mário Soares fica na história da "luta antifascista" e será "seguramente um marco da história do século XX".
Augusto Santos Silva apresentou condolências
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, regressado a Portugal antecipadamente da viagem de Estado à Índia, já chegou ao Mosteiro dos Jerónimos, onde apresentou condolências a Isabel Soares, filha de Mário Soares.
O chefe da diplomacia portuguesa passa agora a ser o representante do primeiro-ministro nas cerimónias fúnebres de Mário Soares, substituindo a ministra Maria Manuel leitão Marques, que até aqui desempenhou essas funções.
Nos Jerónimos voltou a ouvir-se “Soares é fixe”
Passava pouco da uma da tarde quando o cortejo fúnebre do ex-Presidente da República chegou a Belém. Foi recebido com um forte aplauso pelos populares que ao longo da tarde têm esperado numa longa fila para prestar uma última homenagem.
Jerónimo de Sousa prefere salientar "combate antifascista" de Soares
O secretário-geral dos comunistas esteve no Mosteiro dos Jerónimos para homenagear Mário Soares, lembrando tratar-se de um "combatente contra a ditadura fascista" que teve a coragem de, enquanto advogado, defender presos políticos e adversários do regime "num tempo em que era difícil fazê-lo".
Para Jerónimo de Sousa, "o momento é de pesar, de perda e de respeito pela morte" de Mário Soares, embora o líder comunista tenha feito questão de frisar as diferenças face ao antigo líder socialista, não deixando de abordar as "divergências profundas" que o PCP e o PS, então liderado por Soares, mantiveram no período que se seguiu à Revolução de 25 de Abril de 1974.
"Muitas vezes quem escreve a história são os vencedores, mas a história não se apaga", afirmou o líder comunista acrescentando que "a história não se inventa, mas existirão sempre interpretações diferentes". Jerónimo concluiu dizendo que "nós (PCP) temos a nossa visão".
Até esta altura Jerónimo de Sousa não se tinha ainda pronunciado publicamente sobre o falecimento de Mário Soares. O secretário-geral comunista não quis comentar o facto de o primeiro-ministro, António Costa, não participar nas cerimónias fúnebres de homenagem a Soares por se encontrar em visita de Estado à Índia.
Passos Coelho diz que Mário Soares "foi grande"
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, também já abandonou os Jerónimos depois de ter prestado homenagem a Mário Soares e de ter apresentado condolências aos filhos do antigo Presidente da República.
Passos Coelho começou por notar que decorre uma "homenagem nacional" a Soares, que é sentida por todos os portugueses". Na opinião do ex-primeiro-ministro, esta é uma altura em que se "recordarão as grandezas" das histórias de vida do antigo líder do PS. "E o doutor Mário Soares foi grande", atirou Passos.
Freitas impedido de participar nas cerimónias fúnebres por problemas de saúde
O fundador e antigo presidente do CDS, Diogo Freitas do Amaral, está impedido de participar nas cerimónias fúnebres do antigo presidente da República, Mário Soares, por ter sido submetido a "uma intervenção urgente na coluna dorsal", informou hoje o seu gabinete.
Freitas do Amaral teve de ser submetido a "uma intervenção urgente na coluna dorsal, no fim de semana passado, pelo que está em casa em repouso completo o que o impede de sair de casa e participar nas cerimónias fúnebres de hoje e de amanhã [terça-feira], respeitantes ao Dr. Mário Soares, o que muito lamenta", lê-se na nota do gabinete de Freitas do Amaral enviada à Lusa.
Freitas do Amaral foi o candidato derrotado por Mário Soares na segunda volta das presidenciais de 1986.
Hemeroteca de Lisboa coloca "online" notícias do regresso do exílio
A Hemeroteca Municipal de Lisboa anunciou hoje a disponibilização "online" de uma seleção de diferentes publicações que noticiaram "momentos decisivos" do percurso político de Mário Soares e da "história coletiva" do país.
Entre os momentos selecionados estão o regresso do exílio em Paris, com a chegada à estação de Santa Apolónia, a 28 de abril de 1974, no denominado "comboio da liberdade", ou a reunião com o general António de Spínola, então Presidente da República, no palácio da Cova da Moura, também na capital, noticiado no Jornal de Notícias no dia 29 de abril.
A chegada a Lisboa, noticiada pelo diário A Capital, que dá conta que o líder do PS foi "abraçado pela multidão", está disponível aqui.
Fotogaleria: Os dias em que Portugal diz adeus a Soares
Manuel Alegre: Mário Soares "não desaparece, fica na nossa memória"
À saída dos Jerónimos, o poeta e histórico socialista, Manuel Alegre, afirmou que Mário Soares "não desaparece, fica na nossa memória, do povo português e de todos aqueles que prezam os valores que ele ajudou a implementar no país".
"Nós nunca estamos preparados para o desaparecimento de alguém que nos é muito querido", disse Alegre que considera que este "é um ciclo histórico que se fecha e que se abre, porque os horizontes da liberdade são horizontes abertos".
Também o presidente do PS, Carlos César, falou aos jornalistas para considerar que "a memória com que ficamos de Mário Soares é uma memória de luta, apego à liberdade e preservação da democracia".
Históricos socialistas prestam homenagem a Soares
Manuel Alegre e Miranda Calha, dois deputados socialistas à Assembleia Constituinte, e históricos do PS, já prestaram homenagem a Mário Soares na Sala dos Azulejos, tendo também cumprimentado os filhos do ex-líder socialista.
Também Carlos César, actual presidente do PS, acompanhou os dois históricos socialistas.
Marcelo abandona Jerónimos sem prestar declarações
O Presidente da República já saiu do Mosteiro dos Jerónimos, dirigindo-se agora para o Palácio de Belém. Marcelo Rebelo de Sousa não prestou declarações aos jornalistas presentes.
Câmara ardente até às 11:00 de terça-feira
A urna em que repousam os restos mortais de Mário Soares ficará em câmara ardente nos Jerónimos até à meia-noite desta segunda-feira, reabrindo às 8:00 de terça-feira e encerrando em definitivo às 11:00 de amanhã.
Neste período a população poderá prestar homenagem ao presidente, cuja urna ficará parcialmente coberta pela bandeira da República portuguesa. A urna ficará semi-aberta, com o rosto de Soares visível.
A partir das 11:00 de terça-feira será iniciado o cortejo fúnebre que culminará com a chegada dos restos mortais de Mário Soares ao Cemitério dos Prazeres, com passagem pela Assembleia da República, pela sede da Fundação Mário Soares e pela sede do PS, no Rato.
Soares na Sala dos Azulejos
A urna com os restos mortais de Mário Soares já foi depositada na Sala dos Azulejos do Mosteiro dos Jerónimos, onde ficará em câmara ardente até terça-feira.
Soares é fixe
À medida que a escolta aos restos mortais de Mário Soares se aproximava dos Jerónimos, as centenas de pessoas que iam vendo passar o cortejo fúnebre gritavam "Soares é fixe", recordando o slogan da campanha presidencial de 1986.
Mário Soares chegou ao Mosteiro dos Jerónimos
O armão que transportou Mário Soares desde a Praça do Município já chegou ao Mosteiro dos Jerónimos. Militares da GNR irão agora recolher a urna com os restos mortais do antigo Presidente da República.
Cerca de mil militares envolvidos nas cerimónias hoje e terça-feira
Cerca de mil militares dos três ramos das Forças Armadas estarão envolvidos nas cerimónias fúnebres do antigo Presidente da República, Mário Soares, entre esta segunda-feira e terça-feira.
Para além dos militares da GNR, que têm a responsabilidade da escolta ao cortejo fúnebre e honras militares à chegada ao Mosteiro dos Jerónimos, a Marinha, a Força Aérea e Exército destacaram ao todo aproximadamente mil militares para as cerimónias.
De acordo com o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas, Hélder Perdigão, seis militares da Academia Naval, Academia Militar e da Academia da Força Aérea prestarão honras de câmara ardente na Sala dos Azulejos do Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, onde o corpo ficará em até à meia-noite.
Na terça-feira, ao longo de um percurso de cerca de 800 metros antes da entrada para o cemitério dos Prazeres, à Estrela, estará um batalhão composto por cerca de 200 militares dos três ramos das Forças Armadas a receber a o cortejo fúnebre.
Marcelo já está nos Jerónimos
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já está no Mosteiro dos Jerónimos. À chegada do Presidente foi ouvido o hino nacional.
Numa altura em que o cortejo fúnebre se aproxima dos Jerónimos, já se encontram no local as figuras cimeiras da República. Além do Presidente Marcelo, estão já nos Jerónimos o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e a ministra Maria Manuel Leitão Marques, representante do Governo na ausência do primeiro-ministro e do ministro dos Negócios Estrangeiros.
Os três irão acompanhar, em representação do Estado português, a transladação da urna que transporta Mário Soares do armão para a Sala dos Azulejos do Mosteiro dos Jerónimos, onde o antigo Presidente ficará em câmara ardente até terça-feira.
João Soares com fotografia de Mário Soares
João Soares, filho de Mário Soares, publicou, minutos antes da partida do cortejo fúnebre, uma fotografia na sua página na rede Facebook. A fotografia escolhida pela filho do ex-Presidente resume os três valores que definiam o político Mário Soares: "Socialista, republicano e laico".
Maria Manuel Leitão Marques diz que António Costa "de alma está connosco"
A ministra Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, incumbida da representação do Governo português, uma vez que o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros estão ausentes, no âmbito da visita de Estado à Índia, declarou esta manhã que António Costa "de alma está connosco".
A propósito da ausência do primeiro-ministro das cerimónias fúnebres devido à viagem à Índia, que termina apenas na próxima quinta-feira, Maria Manuel Leitão Marques salientou que António Costa "tomou a decisão que devia tomar".
A ministra notou ainda que com o regresso já anunciado a Portugal de Augusto Santos Silva, será o ministro dos Negócios Estrangeiros a assumir a função de representarão governamental.
Governo explica motivos para o luto nacional
O Governo considera Portugal devedor de Mário Soares. Foi quem mais contribuiu para a democracia nacional. Resistiu ao Estado Novo. Esteve nas raízes da adesão à Comunidade Europeia. São estes os para que o Governo decrete o luto nacional por três dias após a morte do Presidente da República.
"A República Portuguesa é-lhe, por tudo isto, devedora da sua longa e incondicional dedicação à causa pública e do seu exemplar contributo para o prestígio de Portugal", conclui o Decreto n.º 2-A/2017, publicado esta segunda-feira, 9 de Janeiro, em Diário da República.
Carlos Zorrinho anuncia homenagem do Parlamento Europeu a Soares
O eurodeputado socialista Carlos Zorrinho anunciou esta segunda-feira que a delegação portuguesa no Parlamento Europeu realizará uma homenagem, na terça-feira, a Mário Soares, disponibilizando igualmente um livro de condolências para "os seus amigos de toda a Europa".
"A delegação portuguesa no Parlamento Europeu vai ter durante todo o dia [de terça-feira] o livro de condolências disponível para os seus amigos de toda a Europa poderem assinar e faremos também uma pequena cerimónia evocativa para juntar essas pessoas numa última homenagem, numa hora similar aquela em que aqui se fizer a cerimónia fúnebre", anunciou Carlos Zorrinho.
Elisa Ferreira diz ter sido "uma sorte poder falar com ele"
A socialista e actual administradora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, destacou a "cultura imensa deste homem, a sua visão, a força das suas convicções e a simplicidade com que falava com cada um de nós".
"Foi uma sorte poder falar com ele", prosseguiu Elisa Ferreira que sublinha a importância e a "responsabilidade de mantermos o legado" de Mário Soares.
Câmara de Cascais dispensa trabalhadores para acompanharem cerimónia fúnebres
O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras (PSD), dispensou esta segunda-feira os trabalhadores da autarquia que quiserem acompanhar as cerimónia fúnebres de Mário Soares.
Numa nota interna distribuída aos colaboradores da Câmara Municipal de Cascais indica-se que "será justificada a ausência do trabalho aos que pretendam acompanhar as cerimónias fúnebres do Dr. Mário Soares", pedindo apenas que "essa manifestação de vontade seja reportada às respectivas chefias, por razões de planeamento do trabalho e das equipas".
A dispensa é válida para hoje e terça-feira, dia do funeral do ex-Presidente da República.
Carlos César: Sempre que formos livres e lutarmos pela democracia ele estará presente
O presidente do PS, Carlos César, afirmou que Mário Soares estará presente sempre que os portugueses permanecerem livres e lutarem pela democracia, porque foi esse o seu legado, sublinhando também a perda para os socialistas que traz a sua morte.
"Perdemos uma parte muito importante de nós, é como se ficássemos privados de um irmão mais velho. Devemos muito a Mário Soares, legou-nos, desde logo, a nossa casa comum, o PS, mas, sobretudo, deu-nos a democracia que temos e as liberdades que usamos", afirmou Carlos César.
"Esse património, que é um património inalienável na sociedade portuguesa, é algo em que nos devemos empenhar no presente e no futuro, em memória de Mário Soares e em benefício da nossa comunidade. Mário Soares estará, por isso, presente, sempre que permanecermos livres e sempre que lutarmos pela democracia", declarou.
Felipe Gonzalez em Lisboa para assistir ao funeral
O antigo primeiro-ministro espanhol e ex-líder do PSOE, Felipe Gonzalez, lidera a delegação dos socialistas espanhóis que na terça-feira estará no funeral do antigo chefe de Estado português, Mário Soares.
Fonte dos socialistas espanhóis revelou hoje à agência Lusa, em Madrid, que a delegação terá ainda Ricardo Cortés (responsável pelas relações externas do partido), Rodríguez Ibarra (ex-presidente da Região Autónoma da Estremadura) e Ignacio Sanchez Amor (deputado e porta-voz socialista da Comissão UE do Congresso dos Deputados).
O líder histórico do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), Felipe Gonzalez, prestou no sábado homenagem ao ex-Presidente português num comunicado em que começa por considerar que "Mário Soares era, antes de mais, um amigo" e que "por isso é difícil falar na sua ausência".
"No momento da sua morte, a melhor homenagem a este patriarca da Democracia portuguesa, é recordar a sua firmeza, a sua coragem política, inclusivamente nos momentos em que muitos baixaram os braços e viram como inevitável a chegada de uma ditadura militar comunista", escreveu.
Fernando Medina: Soares deixa um "legado imortal"
Fernando Medina considera que Mário Soares deixa um "legado imortal" e destaca como características essenciais do antigo Presidente da República a "coragem, tolerância e convicção".
Para Medina, Mário Soares "lutou sempre pelos valores em que acreditava e que são hoje os valores fundadores da democracia portuguesa".
Medina admite que estes dias são "muito difíceis" e que se trata de uma "despedida que nós preferíamos nunca ter tido de fazer". "Devemos-lhe tanto que não há forma de lhe agradecer", disse Medina.
Medina deposita cravo na urna de Soares
O presidente da câmara lisboeta, Fernando Medina, depositou um cravo na urna de Mário Soares, momento em que os aplausos subiram de tom. Medina mostrou-se visivelmente emocionado.
Cortejo chega à Praça do Município
O cortejo fúnebre já chegou à Praça do Município. O caixão com o corpo de Mário Soares será agora retirado do carro fúnebre e transferido para o armão (veículo militar de tração animal).
Os restos mortais de Mário Soares serão depois transportados pelo armão até ao Mosteiro dos Jerónimos.
A transladação do carro fúnebre para o armão está a ser feita sob constantes aplausos.
Cortejo a caminho dos Paços do Concelho
O cortejo fúnebre segue em direcção à Praça do Município, tendo como segundo ponto de paragem o edifício dos Paços do Concelho. Nesta altura o cortejo aproxima-se do Marquês de Pombal.
Cortejo já passou pelo Colégio Moderno
Cortejo fúnebre passou pelo Colégio Moderno, fundado pelo pai de Mário Soares e actualmente gerido pela sua filha, Isabel. Este foi o primeiro ponto de paragem, que se situa a poucos metros da casa onde viveu Mário Soares e Maria Barroso.
Há centenas de pessoas na rua Doutor João Soares. Os aplausos foram uma constante nestes primeiros metros percorridos pela viatura que transporta ao antigo líder socialista.
Cortejo fúnebre inicia percurso
O carro funerário que transporta o corpo do antigo Presidente da República, Mário Soares, já deixou a residência da família em Lisboa, no Campo Grande. Eram 11:05 quando o cortejo fúnebre deixou o local, sob aplausos de dezenas de pessoas.
Medina dispensa funcionários da Câmara que queiram assistir à homenagem
A Câmara de Lisboa decidiu dispensar, até ao meio-dia de hoje, os trabalhadores da autarquia que queiram assistir à homenagem prestada ao antigo chefe de Estado português Mário Soares que decorre na Praça do Município a partir das 11:00.
Num 'e-mail' enviado aos funcionários, e ao qual a agência Lusa teve hoje acesso, o município informa que irá ocorrer, "junto ao edifício dos Paços do Concelho, a trasladação da urna do antigo Presidente da República Mário Soares - do carro fúnebre para o armão militar - que a transportará em cortejo até ao Mosteiro dos Jerónimos".
"Todos os trabalhadores que desejarem assistir a este momento de homenagem na Câmara Municipal de Lisboa, que ocorrerá a partir das 11:00, deverão comparecer na Praça do Município até às 10:45, estando dispensados do serviço até às 12:00", refere a mesma nota.
A autarquia ressalva, contudo, que se exceptua desta dispensa "os trabalhadores dos serviços considerados essenciais, que em função da sua natureza devam manter-se em funcionamento".
Presidente do Parlamento Europeu presente no funeral
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, desloca-se a Lisboa na terça-feira, para marcar presença no funeral do antigo Presidente da República Mário Soares e prestar homenagem a uma "extraordinária figura política", que considera "uma inspiração".
"Amanhã estarei em Lisboa para a cerimónia fúnebre oficial e para prestar homenagem a esta extraordinária figura política", disse hoje Schulz, numa declaração enviada à Lusa pelo seu gabinete.
O presidente do Parlamento Europeu reagira logo no sábado à morte de Mário Soares, considerando que Portugal e a Europa perderam "um grande estadista, um visionário, um pragmatista, um reformista, um lutador e um democrata".
BdP lembra Soares, "uma figura central da democracia"
O Banco de Portugal destaca que Mário Soares "foi uma figura central da democracia portuguesa e um defensor incansável da liberdade, tanto na oposição à ditadura como na construção do regime democrático após o 25 de Abril".
Em nota publicada no site da instituição, o BdP recorda ainda o "privilégio" que representou a "estreita colaboração, quando em 1998 aceitou presidir à comissão nomeada para estudar a questão do ouro recebido da Alemanha durante a II Guerra Mundial".
José Eduardo dos Santos: "Profunda consternação" pela morte de Soares
O presidente da Assembleia Nacional angolana, Fernando da Piedade Dias dos Santos, vai representar Angola nas cerimónias fúnebres do ex-chefe de Estado português, Mário Soares, foi hoje divulgado em Luanda.
Segundo informação oficial da presidência angolana, o líder daquele órgão de soberania é portador de uma mensagem do chefe de Estado angolano, dirigida ao homólogo português, na qual José Eduardo dos Santos expressa "profunda consternação" pela morte de Mário Soares, considerando-o "figura cimeira da história recente de Portugal e uma referencia incontornável na luta pela instauração e consolidação da democracia".
Acrescenta tratar-se de uma "perda" que "abre um vazio difícil de preencher".
Cortejo fúnebre percorre Lisboa
As cerimónias fúnebres de Estado de Mário Soares iniciam-se esta segunda-feira - primeiro dos três dias de luto nacional decretados pelo Governo - com o cortejo que levará o corpo para o Mosteiro dos Jerónimos, onde permanecerá até terça-feira.
Às 10:30, o primeiro ponto de passagem do cortejo será a casa do antigo Presidente da República, no Campo Grande.
Com escolta de 30 motos da GNR, seguirá para os Paços do Concelho, onde estarão o presidente da autarquia, Fernando Medina.
Na Praça do Município, a urna passará do carro funerário para um armão (uma espécie de charrete) da Guarda Nacional Republicana.
Nos Jerónimos, estarão já os presidentes da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que receberão no exterior o cortejo fúnebre, pelas 13:00, bem como uma Guarda de Honra da GNR.
A urna será depois levada para a Sala dos Azulejos. Após a saída das altas individualidades será feita a abertura da câmara ardente ao público, que permanecerá aberta até à meia-noite, havendo um livro de condolências aberto na entrada principal do Museu de Arqueologia, na Praça do Império.
Jornais de Macau destacam "O último gigante"
Os jornais em língua portuguesa de Macau saíram esta segunda-feira, 9 de Janeiro, para as bancas com capas a preto e branco devido à morte do antigo Presidente da República Mário Soares, recordando o "último gigante" e um "lutador da liberdade".
"O último gigante" escreve o Hoje Macau na primeira página, com o subtítulo "Democrata. Republicano. Ateu. Profeta da tolerância e da liberdade. Humanista, capitalista, pragmático. Não haverá outro como ele", enquanto o Jornal Tribuna de Macau destaca "'Lutador da liberdade' enaltecido em Macau" e o Ponto Final "Mário, Macau, Memória e Mácula".
Uma fotografia de Mário Soares ocupa totalmente ou quase totalmente as primeiras páginas dos três jornais que assinalam hoje a morte do antigo Presidente, uma vez que não são publicados ao fins de semana.
Reacções
Presidentes do Brasil e Cabo Verde participam em cerimónias fúnebres
O Presidente de Cabo Verde vai participar nas cerimónias fúnebres em honra do antigo chefe de Estado português Mário Soares, que decorrem segunda e terça-feira em Lisboa, anunciou hoje fonte do governo cabo-verdiano.
"Vai o Presidente da República Jorge Carlos Fonseca e eu acompanhá-lo-ei para representar o Governo de Cabo Verde", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, Luís Filipe Tavares, à margem de uma iniciativa partidária do Movimento para a Democracia (MpD), no poder em Cabo Verde.
Luís Filipe Tavares adiantou que a comitiva deverá partir para Lisboa num voo ao início da tarde de segunda-feira para participar no velório e depois no funeral na terça-feira.
"Cabo Verde perdeu um grande amigo, uma referência democrática mundial e o Presidente entendeu que deveria estar presente nas cerimónias fúnebres e o governo estará também através do ministro dos Negócios Estrangeiros", sublinhou Luís Filipe Tavares.
Também o Presidente do Brasil, Michel Temer, estará presente no funeral do antigo chefe de Estado português Mário Soares, revelou a ministra da Presidência.
Maria Manuel Leitão Marques falava informalmente com os jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, tendo adiantado que em breve serão conhecidas as personalidades internacionais que estarão presentes nas cerimónias fúnebres em honra de Mário Soares, falecido no sábado, aos 92 anos.
O Presidente do Brasil, Michel Temer, lamentou no sábado a morte do ex-chefe de Estado português frisando que o mundo perdeu um estadista e um defensor da democracia.
"O mundo perde um estadista e um defensor da democracia e da liberdade. Meus sentimentos à família e ao povo português", escreveu Temer numa publicação no Twitter.
O Presidente brasileiro disse ter recebido com tristeza a notícia da morte de Mário Soares, que classificou como uma "figura-chave do Portugal moderno, amigo do Brasil".
Passos Coelho expressa "profundo respeito" por figura central da democracia
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, expressou hoje "profundo respeito" por Mário Soares, figura que considerou central na fundação da democracia portuguesa, na mensagem que escreveu no livro de condolências disponibilizado pelo PS na sede do partido.
O líder do PSD manifestou "profundo respeito pela figura central desempenhada pelo fundador do Partido Socialista, Dr. Mário Soares, na fundação da democracia portuguesa e na construção de uma moderna sociedade democrática, tolerante e aberta no nosso país", lê-se na mensagem a que a Lusa teve acesso.
Pedro Passos Coelho foi um dos líderes partidários que passaram hoje pela sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, para assinar o livro de condolências ali disponibilizado para que as pessoas possam prestar homenagem ao fundador do partido.
Escolta de Honra da GNR com 84 cavalos vai acompanhar urna
Uma escolta de honra da Guarda Nacional Republicana (GNR), constituída por 84 cavalos, vai acompanhar a urna com o corpo de Mário Soares que será segunda-feira transportada para o Mosteiro dos Jerónimos no armão da GNR.
De acordo com um comunicado desta força de segurança, o carro funerário, que na manhã de segunda-feira sairá da residência do ex-Presidente da República, será acompanhado por uma escolta de honra motorizada da GNR, constituída por 30 motos.
Chegada aos Paços do Concelho, prevista para as 11:20, a urna será retirada por militares da GNR que a transportarão para o armão, encarregado das Honras de Estado nestas cerimónias. Nesta altura, a família entregará as condecorações atribuídas a Mário Soares a militares da Guarda.
A urna será transportada no armão da GNR e acompanhada por uma Escolta de Honra a cavalo, constituída por 84 cavalos, até ao Mosteiro dos Jerónimos, estando prevista a chegada para as 13:00.
O comunicado indica ainda que uma Guarda de Honra da GNR, com Estandarte Nacional e Banda de Música, constituída por 131 militares, aguardará no exterior do Mosteiro dos Jerónimos pela chegada da urna.
A urna e as condecorações serão transportadas por militares da GNR, do armão para o interior do Mosteiro dos Jerónimos.
A Guarda adianta que, ao longo do percurso, estarão postadas Alas de Honra, constituídas por 23 militares da GNR.
Na terça-feira, a urna será acompanhada por uma Escolta de Honra a cavalo da GNR, constituída por 84 binómios, desde o Mosteiro dos Jerónimos, de onde sairá às 14:00, até ao Cemitério dos Prazeres.
A escolta deter-se-á, "por breves instantes", ao passar em frente ao Palácio Nacional de Belém, Palácio de São Bento, Fundação Mário Soares e sede do Partido Socialista.
À chegada ao Cemitério dos Prazeres, prevista para as 16:00, militares das Forças Armadas transportarão a urna para o interior do cemitério.
António Costa admitiu vontade de estar em Portugal para cerimónias fúnebres
O primeiro-ministro, António Costa, admitiu hoje a vontade de deixar a Índia, onde está em visita oficial, e estar em Portugal para participar nas cerimónias fúnebres do antigo Presidente da República Mário Soares.
Numa mensagem publicada pelas 19:00 na rede social Twitter, António Costa escreveu que a sua vontade "era ir para Portugal". "Mas quem é primeiro-ministro não tem vontades pessoais. Tem que procurar fazer o que deve", lê-se na nota.
A minha vontade era ir para Portugal. Mas quem é Primeiro Ministro não tem vontades pessoais. Tem que procurar fazer o que deve.
— António Costa (@antoniocostapm) 8 de janeiro de 2017
Mário Soares, de 92 anos, morreu no sábado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado desde 13 de Dezembro.
O primeiro-ministro tinha afirmado já hoje que os momentos menos formais da sua visita de Estado à Índia, que começou no sábado e termina na quinta-feira, vão ser eliminados, acompanhando os dias de luto nacional pela morte do antigo chefe de Estado Mário Soares.
António Costa falava aos jornalistas em Bangalore, no final do programa do segundo dia de visita de Estado à Índia, ocasião em que também justificou a razão de não poder regressar a Portugal imediatamente para estar presente nas cerimónias fúnebres de Mário Soares.
"Trata-se de uma vista de Estado e, portanto, os primeiros-ministros não têm aqui vontades pessoais. Têm de fazer o que devem fazer", declarou.
António Costa será representado nas cerimónias fúnebres pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Eanes lembra como antigo Presidente lutou pela liberdade e democracia
O ex-Presidente da República Ramalho Eanes recordou a forma como Mário Soares lutou em prol da liberdade e democracia, considerando que o antigo chefe de Estado irá ocupar um lugar de grande relevância na história de Portugal.
"Pela acção de combate político determinado que desenvolveu em prol das liberdades e da democracia, primeiro, e depois da consolidação de uma democracia moderna, constitucional, pluralista, Mário Soares tem direito ao reconhecimento da pátria e tem obviamente o direito a ocupar um lugar de grande relevância na história no nosso país", afirmou Ramalho Eanes, numa declaração aos jornalistas.
"A determinação, a coragem e a coerência foram sempre traços característicos da acção política desenvolvida por Mário Soares", disse Ramalho Eanes, que antecedeu a Mário Soares no cargo de Presidente da República, entre 1976 e 1986.
Acção política que, num primeiro momento, foi desenvolvida em defesa das liberdades e da democracia, contra o regime salazarista e, depois, no "tempo de Abril", na "tumultuosa transição democrática", recordou.
"E, depois, de combate político democrático já na institucionalização e consolidação da democracia (...). Acção de primacial importância teve ainda na consolidação da democracia ao desenvolver uma acção política que nos permitiu entrar na então comunidade económica europeia", acrescentou Ramalho Eanes, que falava aos jornalistas no seu gabinete de trabalho, em Lisboa.
Trânsito condicionado em Lisboa segunda e terça
O cortejo fúnebre passará na segunda-feira pela residência de Mário Soares, no Campo Grande, em Lisboa, pelas 11:00, seguindo pelas ruas centrais da capital até à Câmara Municipal de Lisboa, onde fará uma breve paragem, em direcção ao Mosteiro dos Jerónimos. O corpo ficará em câmara ardente na Sala dos Azulejos do Claustro dos Mosteiro dos Jerónimos, desde cerca das 13:00 até à meia-noite de segunda-feira e na terça-feira até ao final da manhã, entre as 08:00 e as 11:00, estando o local aberto a todos os cidadãos.
De acordo com a PSP, na segunda-feira dia os condicionamentos de trânsito começam pelas 10:30 e estendem-se até às 13:00, abrangendo os seguintes locais: Rua Dr. João Soares, Alameda da Universidade, Campo Grande, Avenida da República, Praça Duque de Saldanha, Avenida Fontes Pereira de Melo, Praça Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade, Praça dos Restauradores, Praça D. Pedro IV, Rua Áurea, Rua do Comércio, Praça do Município, Rua do Arsenal, Praça do Comércio, Avenida Ribeira das Naus, Cais do Sodré, Avenida 24 de Julho, Avenida da Índia e Praça do Império.
Na terça-feira, dia do funeral, o cortejo parte do Mosteiro dos Jerónimos para o Cemitério dos Prazeres, com breves paragens previstas em frente ao Palácio de Belém, à Assembleia da República, Fundação Mário Soares e à sede do Partido Socialista, no Largo do Rato.
Nesse dia, os condicionamentos de trânsito começam às 13:00 e estendem-se até às 16:00, abrangendo os seguintes locais: Praça do Império, Rua de Belém, Praça Afonso de Albuquerque, Avenida da Índia, Avenida 24 de Julho, Avenida D. Carlos I, Rua de São Bento, Largo do Rato, Avenida Álvares Cabral, Rua de São Jorge, Rua da Estrela, Rua Domingos Sequeira, Rua Saraiva de Carvalho e Praça São João Bosco.
Além dos condicionamentos de trânsito, na terça-feira, o estacionamento será proibido na Rua do Comércio (junto à Praça do Município), na zona envolvente ao Mosteiro dos Jerónimos e na Praça São João Bosco.
Nestes dois dias, a PSP aconselha que a população "privilegie a utilização de transportes públicos, se estacionar na via pública, verifique se o seu veículo permite a circulação de veículos pesados de emergência, verifique se deixou o veículo trancado e não deixe valores à vista no seu interior, seja cooperante com os agentes de autoridade e um órgão facilitador da acção policial, não comprometa a sua segurança e a dos outros cidadãos e não ostente bens pessoais de valor, especialmente telemóvel, carteira e relógio.
Costa escreve artigo sobre Mário Soares
Num artigo de opinião, hoje, no Diário de Notícias, intitulado "Sempre livre, como um pássaro" e inspirado numa frase dita aos jornalistas pelo antigo líder socialista Mário Soares quando caiu um dos seus governos, António Costa considera que "ninguém contribuiu tanto como Mário Soares para a construção do Portugal pós-25 de Abril. Muitas vezes não o acompanhei, mas há que reconhecer que, no essencial, era ele quem tinha razão", acrescentando que Soares foi também "seguramente quem melhor interpretou o papel de Presidente no sistema semipresidencialista [português]", afirmando-se como verdadeiro "Presidente de todos os portugueses".
Na opinião do actual primeiro-ministro, que se encontra em viagem à Índia, o legado de Soares na chefia dos três curtos governos tem sido "muito subestimado", pois as traves mestras do moderno Estado social de direito em Portugal "foram então lançadas".
No mesmo artigo, Costa evocou Soares como alguém que "nunca resignou, nem desistiu" e que, em nome da liberdade, combateu a ditadura quando a hipótese de aceder ao poder era mais ténue do que uma miragem.
"Enfrentou a ditadura e defendeu a revolução da sua deriva totalitária, bateu-se contra o colonialismo e revoltou-se contra a conversão dos movimentos de libertação em partidos únicos", recordou o primeiro-ministro, que viu Soares pela primeira vez, ao longe, quando este chegou do exílio, a 28 de Abril de 1974, sendo aclamado à varanda da estação de Santa Apolónia, Lisboa.
"A última vez que o vi foi no passado dia 23 de Julho, quando nos jardins de São Bento, o homenageámos por ocasião do 40.º aniversário da sua primeira posse como primeiro-ministro", lembra António Costa.
O primeiro-ministro termina com a certeza de que "ninguém substitui Mário Soares no lugar que é seu na história do Portugal democrático".
Passos Coelho foi à sede do PS escrever no livro de condolências
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, esteve hoje de manhã na sede do PS, em Lisboa, a deixar uma mensagem de condolências pela morte de Mário Soares, e não prestou declarações aos jornalistas.
Acompanhado pelo secretário-geral do PSD, José Matos Rosa, Passos assinou um dos livros de condolências que o PS disponibiliza para os interessados deixarem uma mensagem de pesar pelo falecimento do antigo chefe de Estado e fundador do Partido Socialista.
A delegação do PSD foi recebida no Largo do Rato, na sede nacional do PS, pela secretária-geral adjunta do partido, Ana Catarina Mendes.
Antes, havia marcado também presença no edifício socialista a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, que lembrou uma vez mais o legado deixado pelo fundador do PS.
A sede nacional do PS abriu hoje pelas 10:00 para receber personalidades do partido e anónimos cidadãos que queiram prestar homenagem a Soares, falecido no sábado, aos 92 anos.
Na fachada do edifício do PS, no Largo do Rato, decorre a montagem de imagens do fundador do partido e antigo chefe de Estado, e pelas 12:50 tinham sido já algumas as centenas de pessoas que haviam entrado na sede socialista para assinar os livros de condolências.
Sede do PS acolhe homenagem de políticos e cidadãos
A sede nacional do PS, em Lisboa, abriu este domingo, 8 de Janeiro, pelas 10:00 para receber personalidades do partido e anónimos cidadãos que queiram prestar homenagem a Mário Soares, falecido no sábado, aos 92 anos.
Na fachada do edifício do PS, no Largo do Rato, decorre a montagem de imagens do fundador do partido e antigo chefe de Estado, e pelas 11:20 tinham sido já algumas as dezenas de pessoas que haviam entrado na sede socialista para assinar um livro de condolências em homenagem a Soares.
A antiga presidente do PS Maria de Belém foi uma das primeiras a chegar, evocando a memória de "quem esteve sempre" onde era preciso por Portugal.
"Essa dívida de gratidão não morrerá", acrescentou a socialista, que concorreu no ano passado às eleições presidenciais.
Jorge Lacão, vice-presidente da Assembleia da República, enalteceu por sua vez o legado do fundador do PS para a "história moderna" de Portugal.
Mário Soares morreu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00 de segunda-feira, e o funeral realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Líder do SPD recorda "um amigo especial da Alemanha"
O líder do Partido Social-Democrata alemão (SPD) apresentou condolências à família do "democrata convicto e europeísta empenhado" Mário Soares, que morreu no sábado, destacando a amizade especial entre o antigo Presidente da República e a Alemanha.
"Mário Soares foi sempre um amigo especial da Alemanha e do meu partido, o SPD. A sua amizade extraordinária com Willy Brandt, bem como a criação do Partido Socialista Português em 1973 na Academia da Fundação Friedrich Ebert em Bad Münstereifel, concederam um estatuto especial à amizade e parceria entre o SPD e o PS, que persiste até hoje", disse Sigmar Gabriel em comunicado divulgado pelo SPD.
O vice-chanceler e líder dos sociais-democratas alemães lembrou Mário Soares "como democrata convicto e europeísta empenhado", acrescentando que "mais do que nunca", é um dever defender o seu legado de uma Europa unida em paz e liberdade, "contra o populismo e o nacionalismo".
No comunicado, Sigmar Gabriel relembrou que o antigo chefe de Estado foi uma das personalidades mais importantes em Portugal e na Europa, referindo que "o corajoso compromisso com a democracia, justiça social e solidariedade moldou a vida e o trabalho de Mário Soares".
"Com perseverança e uma coragem admirável, Mário Soares enfrentou a injustiça e a opressão ditatorial no seu país, abrindo caminho para a liberdade e democracia numa sociedade aberta", disse.
Sigmar Gabriel referiu também o papel fundamental de Mário Soares na adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1977, e considerou que o antigo Presidente da República "ajudou ao crescimento da Europa".
"A morte de Mário Soares é também uma dura perda para nós, os sociais-democratas alemães", afirmou Sigmar Gabriel, acrescentando que Mário Soares será sempre mantido como "uma memória honrosa".
Constâncio: "Espero que o país saiba agradecer devidamente" a Mário Soares
"Mário Soares foi o maior político português do século XX", realça Vítor Constâncio numa nota enviada às redacções.
"Espero que o país lhe saiba agradecer devidamente.Pessoalmente, sinto a sua perda como a de um amigo que marcou a minha vida e que assim sempre recordarei", conclui o vice-governador do Banco Central Europeu (BCE) e ex-líder socialista.