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Imprensa internacional destaca o "construtor de um Portugal moderno e europeu"
A morte de Mário Soares foi assinalada nos principais jornais internacionais. Este domingo, a maioria dos diários espanhóis trazia chamadas de capa a lembrar o legado político do ex-primeiro-ministro e Presidente português. O El País elegeu Mário Soares como a “figura mais decisiva dos últimos 50 anos”, caracterizando-o como “construtor do Portugal moderno e europeu”. O El Mundo apresentou Soares como “símbolo do socialismo português” e o La Vanguardia descreveu Soares como “obreiro da democracia portuguesa”. Em França, o Le Monde evocou o “pai da democracia portuguesa” e, no Brasil, o Globo recordou o “presidente de todos os portugueses”.
"O construtor do Portugal Moderno"
O diário madrileno El País traz uma chamada de capa na sua edição deste domingo em que assinala a morte de Mário Soares, caracterizando-o como o "construtor do Portugal moderno e europeu". Soares foi a "figura mais decisiva dos últimos 50 anos" e um personagem-chave "na consolidação democrática e na integração do seu país na Europa". Ao lado do texto do correspondente do jornal em Lisboa surge um texto de opinião de Raúl Morodo, da Academia de Ciências Morais e Políticas e ex-embaixador de Espanha em Portugal, que considera Soares um "rebelde democrata e grande estadista".
"Símbolo do socialismo"
O diário El Mundo escreve na primeira página da edição deste domingo que Soares era um "símbolo do socialismo português". O texto, escrito pela correspondente em Lisboa, apresenta Soares como o "pai da democracia portuguesa" e como um " duro combatente, que lutou pelos seus ideais, pela defesa da democracia e dos direitos dos portugueses". O El Mundo recorda ainda os "inúmeros livros e artigos em jornais" que escreveu, e nota que Soares continuou a acompanhar a política de perto, sendo "uma das vozes mais activas contra os Governos de direita".
"Pai da democracia portuguesa"
O jornal francês Le Monde não traz nenhuma chamada de capa com a morte de Mário Soares, mas assinalou logo no sábado, na sua página na internet, o acontecimento. Sob o título "Mário Soares, o pai da democracia portuguesa, morreu", o Le Monde relembrou que Soares foi uma "figura socialista de luta contra a ditadura salazarista" e que "é considerado como o pai da democracia portuguesa que ajudou a fundar após a ‘Revolução dos Cravos’ de 25 de abril de 1974". O Le Monde recorda também que o antigo Presidente português esteve quatro anos exilado em França e que fez um "regresso triunfal a Lisboa" depois do 25 de Abril de 1974.
"Figura controversa entre portugueses"
O Estado de São Paulo faz referência à morte de Mário Soares na primeira página da edição deste domingo. O texto, redigido pelo correspondente em Madrid, recorda "uma das figuras mais importantes da história recente portuguesa", que "participou em momentos-chave do país" como o "combate ao regime de António de Oliveira Salazar". O jornal também aponta que Soares era uma "figura controversa entre portugueses", especialmente devido à forma como lidou com a descolonização.
"Um animal político incansável"
O The New York Times publicou, no sábado, um longo obituário, em que descreve Mário Soares como um "animal político incansável" que "lutou contra o isolamento económico do seu país" e contra as tentativas de "levar a revolução para caminhos anti-democráticos". Soares era conhecido por ter inspirado a "oratória política", embora seja consensual que "lidar com os detalhes não era o seu forte".