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PCP lembra passado antifascista e destaca profundas divergências com Mário Soares
O dirigente do PCP José Capucho lembrou o "passado de antifascista" de Mário Soares, que morreu hoje aos 92 anos, e evocou as "profundas e conhecidas divergências" com o ex-chefe de Estado.
Numa curta declaração na sede nacional do PCP, Lisboa, José Capucho, membro do Secretariado do Comité Central comunista, começou por dizer que já transmitiu "diretamente ao Partido Socialista e à família" as condolências pelo falecimento de Mário Soares.
José Capucho lembrou o antigo Presidente da República como "personalidade relevante da vida política nacional " e como "participante no combate à ditadura fascista", evocando o seu papel no "apoio aos presos políticos".
"Lembrando o seu passado de antifascista, o PCP regista as profundas e conhecidas divergências que marcaram as relações do PCP com o dr. Mário Soares, designadamente pelo seu papel destacado no combate ao rumo emancipador da Revolução de Abril e às suas conquistas, incluindo a soberania nacional", afirmou o dirigente comunista.
Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.