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PSD diz que BCE tomou "decisão histórica", PS diz que contraria política do Governo

O PSD qualificou de "decisão histórica" a compra de dívida pública pelo Banco Central Europeu, o que levou o PS a afirmar que esta política vai contra o que o Governo e o primeiro-ministro sempre defenderam.

Bruno Simão/Negócios
22 de Janeiro de 2015 às 19:20
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"É uma decisão histórica, que se espera, que se deseja, venha a ter um impacto positivo na economia portuguesa. Mas não adianta, como António Costa e o PS preferem fazer, ler e reler as novas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento em busca de uma interpretação mirífica ou esperar que seja o BCE a resolver os nossos problemas e tratar do nosso futuro", disse o deputado do PSD Nuno Reis na sua declaração política de hoje no parlamento.

 

O deputado socialista João Galamba considerou "espantoso" que Nuno Reis venha "celebrar as decisões do BCE" e citou afirmações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no passado, contra um programa de dívida pública pelo banco central.

 

"Esta política vai contra o que o Governo português sempre defendeu, vai contra o que o primeiro-ministro sempre defendeu e é bom que reconheça isso", afirmou João Galamba, sublinhado que o presidente do BCE, Mário Draghi, disse ainda "que a flexibilidade orçamental deve ser aplicada a todos os países e não apenas a alguns".

 

O deputado social-democrata argumentou na sua declaração política que "desde Junho de 2011", altura da tomada de posse do Governo, que "Portugal tem cumprido a sua parte".

 

"Só por isso, repito, só por isso, está em condições de beneficiar de novo programa do BCE. Exigir melhores condições e estar em condições de delas poder beneficiar sim, sempre. Ficar à espera de milagres que não dependem de nós ou deixar de fazer o que tem que ser feito só porque tira votos na próxima eleição, não", defendeu.

 

João Galamba defendeu que o anúncio do programa de compra de dívida pelo BCE configura o primeiro reconhecimento oficial "de um erro na estratégia da União Europeia. Esta é a primeira vez que há uma correcção e um recuo, que infelizmente, foram sempre, denunciadas e combatidas por este Governo".

 

Pelo CDS-PP, a deputada Vera Rodrigues afirmou que o PS "enche a boca para falar da salvação das soluções europeias".

 

"Gostávamos muito de ouvir o PS dizer o que quer fazer do país, independentemente do que nos digam as soluções europeias. Digam ao que vêm porque de outra maneira não vão lá", desafiou.

 

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, defendeu que a "bomba atómica do BCE" foi accionada porque a União Europeia entrou numa espiral deflacionária" que tornou incontornável aquela decisão, lamentando que tenha sido "preciso sacrificar muitas pessoas" e provocar milhões de desempregados.

 

O deputado do PCP Paulo Sá argumentou, por seu turno, no mesmo sentido do que fez o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, que "o BCE vai comprar dívida soberana que já se encontra nos bancos" mas que não há garantia que vá beneficiar a economia, defendendo que o que seria importante era aumentar o poder de compra das pessoas e, assim, dinamizar a procura interna.

 

O BCE vai comprar mensalmente 60 mil milhões de euros de dívida pública e privada até Setembro de 2016, anunciou hoje o presidente da instituição, Mario Draghi.

 

A compra terá início em Março deste ano e durará pelo menos até ao final de Setembro de 2016, acrescentou.

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