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Trump fala de "grande violação". China promete não entrar em guerra cambial com os EUA

Yi Gang, governador do Banco Popular da China, assegurou que não irá usar a depreciação do yuan para ganhar competitividade. Mas Donald Trump não está convencido.

Reuters
05 de Agosto de 2019 às 13:29
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Após a divisa chinesa ter atingido mínimos de 11 anos, o governador do banco central chinês, Yi Gang, veio assegurar que a desvalorização cambial não será usada para ganhos de competitividade, afastando assim o cenário de uma guerra cambial com os Estados Unidos.

A China "não se envolverá em desvalorização competitiva e não usará a taxa de câmbio para fins de competitividade". O compromisso é dado por Yi Gang num comunicado divulgado no site oficial do banco central, assinalando também que não usará o mercado cambial como uma ferramenta para lidar com disputas comerciais, nomeadamente com os EUA. 

O Banco Popular da China assegura assim que está empenhado em manter a taxa de câmbio do yuan "estável e equilibrada a um nível razoável", referindo que tem "reservas cambiais suficientes" para garantir que consegue atingir esse objetivo. A questão agora é saber qual é esse nível "razoável" num momento em que a divisa chinesa está a cair de forma expressiva e acumula-se a expectativa de maior desvalorização no futuro. Esta queda é justificada pela China como uma reação às "recentes incertezas externas". 

Para Yi Gang a atual taxa de câmbio fixada nos 6,9 dólares esta segunda-feira, 5 de agosto, é "um nível apropriado" tendo em conta os fundamentos económicos e a procura e oferta do mercado. Apesar da volatilidade, o governador do Banco Popular da China, que é responsável pelo rumo da política monetária da segunda maior economia do mundo, diz estar confiante de que o yuan vai continuar a ser uma divisa forte apesar da flutuação mais recente.

O banco central garante que tem "experiência e habilidade" para manter o funcionamento "equilibrado" do mercado cambial e promete que irá aumentar a abertura do setor cambial e o nível de liberalização do comércio e do investimento estrangeiro.

Apesar da mensagem oficial que chega de Pequim, há quem não tenha dúvidas de que a flutuação do yuan faz parte da estratégia chinesa para retaliar as últimas tarifas dos Estados Unidos. É o caso do presidente norte-americano, Donald Trump, que reagiu há momentos à queda da divisa chinesa, chamando-lhe uma "grande violação".
"A China diminuiu o preço da sua divisa quase para um mínimo histórico", escreveu Trump no Twitter, apelidando essa desvalorização de "manipulação cambial". "Estão a ouvir, Reserva Federal? Esta é uma grande violação que irá enfraquecer bastante a China com o passar do tempo", rematou.
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