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Bank of America: China pode afundar preço do petróleo em 30 dólares

A China acaba de lançar duas cartas como forma de retaliação face às novas tarifas impostas nos Estados Unidos. Mas há mais hipóteses de retaliação na manga, e o Bank of America Merrill Lynch aponta para uma que poderá ter um efeito expressivo nas cotações de petróleo.

Reuters
05 de Agosto de 2019 às 12:48
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A China tem as ferramentas necessárias para levar os preços do petróleo a abater até 30 dólares por barril. Basta quebrar as sanções impostas pelos Estados Unidos em relação ao Irão, diz o Bank of America Merrill Lynch.

Num cenário em que a China decida retaliar as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos com a aquisição de petróleo iraniano, os preços podem cair entre 20 a 30 dólares por barril, prevê o banco. O retomar das compras teria dois efeitos benéficos para a China: "minar a economia dos Estados Unidos e amortecer os efeitos negativos na economia chinesa face às novas tarifas".

O Bank of America Merill Lynch mantém, contudo a estimativa para o preço do barril em 2020 nos 60 dólares.

Os analistas consultados pela CNBC avançam duas ressalvas. Por um lado, a China estaria a confiar num parceiro sobre o qual "não tem muito controlo", comenta a Emirates NBD. Por outro, produtores como a Arábia Saudita e o Iraque poderiam contrariar o excesso de oferta descontando nas suas exportações os volumes extra adquiridos ao Irão.

A questão coloca-se numa altura em que a China já anunciou duas medidas em resposta à imposição de novas tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos. Pequim decidiu desvalorizar a moeda e reduzir a importação de bens agrícolas com origem nos Estados Unidos, duas iniciativas que incidem em pontos de cisão com a Casa Branca.

O petróleo segue esta segunda-feira a cair mais de 1% para os 61 dólares. A matéria-prima tem vindo a oscilar ao sabor da guerra comercial: na última quinta-feira, o dia em que Trump anunciou a nova tranche de tarifas, o barril chegou a afundar em torno de 8% - a maior quebra desde 2015. Após a recuperação da sessão seguinte, de 2,50%, volta agora ao terreno negativo.

 

Barris iranianos acumulam-se às portas da China

Dois meses e meio depois da Casa Branca ter proibido a compra de petróleo do Irão, o país continua a enviar matéria-prima para a China, onde é colocado no chamado "armazenamento alfandegado", disseram pessoas com conhecimento das operações em vários portos chineses, de acordo com a Bloomberg.

Esses carregamentos ainda não passaram pela alfândega chinesa nem aparecem nos dados de importação do país e, por isso, por enquanto não violam as sanções. Embora estejam fora de circulação, a presença destes carregamentos paira sobre o mercado. Com esta estratégia o Irão continua a produzir e pode armazenar o petróleo mais perto dos potenciais compradores.

O Irão tem sentido o efeito das sanções impostas pelos Estados Unidos. As exportações desceram em junho para os 550 mil barris diários, quando no mês anterior havia exportado 875 mil e, no mesmo mês do ano passado, as exportações diárias ascendiam aos 2,5 milhões de barris, regista a S&P Global Platts.

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