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Abertura dos mercados: China acalma bolsas ao impulsionar valorização do yuan
A China fixou a taxa de câmbio do yuan em valor acima da véspera, afastando para já o cenário de uma desvalorização pronunciada da moeda chinesa para combater as tarifas dos Estados Undos. Os investidores respiram de alívio, mas as bolsas continuam com sinal vermelho, embora menos carregado do que nas duas últimas sessões.
Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,1% para 4.856,27 pontos
Stoxx 600 desce 0,04% para 369,3 pontos
Nikkei desvalorizou 0,65% para 20.585,31 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 0,4 pontos base para 0,271%
Euro avança 0,11% para 1,1215 dólares
Petróleo valoriza 0,47% para 60,09 dólares por barril em Londres
Bolsas afastam-se de fortes quedas
As bolsas europeias negoceiam sem direção e com variações diminutas, com os investidores mais aliviados depois da China ter tomado medidas para permitir a valorização da sua moeda e assim corrigir a forte queda da véspera.
Na segunda-feira o Banco Popular da China tinha fixado a taxa de câmbio da moeda no nível mais baixo em 11 anos, o que atirou os mercados bolsistas para quedas acentuadas em todo o mundo. A agravar a situação os Estados Unidos classificaram a China como um país manipulador de moeda. O Banco Popular da China já veio contestar esta posição e garantir que não usará o mercado cambial para ganhar competitividade e responder à imposição de tarifas por parte dos EUA.
Depois de conhecida esta notícia, os futuros sobre o S&P500 chegaram a cair mais de 1% e as bolsas asiáticas aprofundaram o sentimento negativo, mas depois recuperaram assim que foi conhecida a taxa de câmbio do yuan determinada pelo banco central chinês.
Ainda assim as bolsas asiáticas voltaram a fechar no vermelho. O CSI300 fechou a cair 1,07% em Pequim, sendo que ao longo da sessão chegou a afundar 2,71%. O Nikkei 225 fechou a descer 0,65% para 20.585,31 pontos em Tóquio, aliviando de uma queda máxima de 2,94%. Em Hong Kong o Hang Seng descreu 0,48% e o MSCI Hong Kong fechou no vermelho pela 10.ª sessão, o que já não acontecia desde 1984.
O europeu Stoxx600 desce 0,04% para 369,3 pontos. Também a contribuir para a recuperação das ações estão os dados económicos revelados na Alemanha, já que a encomenda às fábricas do país aumentaram 2,5% em junho, no maior aumento desde agosto de 2017 e que compara com a estimativa de 0,5% dos economistas.
Entre as ações destaca-se o Deutsche Post, que dispara perto de 3% depois de ter elevado a estimativa de resultados operacionais para este ano.
Em Lisboa o PSI-20 sobe 0,1% para 4.856,27 pontos, beneficiando com a recuperação das ações do BCP.
Yuan recupera de mínimos
O Banco Popular da China fixou ontem a taxa de câmbio nos 6,9 yuans por dólar, o nível mais baixo desce dezembro de 2008, o que provocou uma queda acentuada da moeda chinesa, que recuou para mínimos de 11 anos e quebrou a barreira psicológica de 7 por 1.
Esta terça-feira, o banco central fixou o câmbio do yuan num valor mais elevado (6,9683 yuans por dólar), o que contribuiu para acalmar os mercados e levando a moeda chinesa a recuperar ligeiramente. Está a subir 0,3% para 7,0766 yuans por dólar.
Além disso, o banco central chinês também anunciou que vai emitir 30 mil milhões de yuans em títulos de dívida a 14 de agosto, o que tende a valorizar a moeda. E negou a acusação dos Estados Unidos de que esteja a manipular a moeda.
No par cambial entre o euro e o dólar e moeda europeia ganha vantagem, com uma valorização de 0,11% para 1,1215 dólares, beneficiando com o dado económico positivo da Alemanha.
Juros continuam em queda
Apesar da maior acalmia nos mercados financeiros, os investidores continuam a procurar refúgio na dívida soberana, pelo que os juros dos títulos de dívida permanecem em queda, apear de não terem renovado os mínimos históricos atingidos ao longo da sessão de ontem.
A yield das obrigações portuguesas a 10 anos cede 0,4 pontos base para 0,271%, enquanto a taxa das bunds a 10 anos recua 0,1 pontos base para -0,519%.
Petróleo recupera
O recuo da China na desvalorização da moeda também está a ter repercussões nas matéria-primas, que nas últimas sessões tinham sido penalizadas pela expectativa de maior abrandamento da economia mundial devido à escalada da guerra comercial. O WTI em Nova Iorque valoriza 0,64% para 55,04 dólares e o Brent em Londres valoriza 0,47% para 60,09 dólares.
Bitcoin acima dos 12 mil dólares
Depois de ontem ter disparado mais de 12%, a bitcoin continua em forte alta esta terça-feira, tirando partido da turbulência que se vive nos mercados e da possibilidade de guerra cambial entre as duas maiores economias do mundo. De acordo com as cotações da Bloomberg, a bitcoin dispara 4% para 12.197,78 dólares, negociando acima dos 12 mil dólares pela primeira vez em três semanas.