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Trump promete Governo "controlado pelo povo"

Na posse como 45.º presidente dos EUA, Donald Trump prometeu uma administração que não será controlada por nenhum partido, mas "pelo povo". E anunciou solenemente o início de uma nova política externa, assente no proteccionismo.

Reuters
20 de Janeiro de 2017 às 17:34
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O primeiro discurso de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos foi menos institucionalista do que se poderia esperar, com o novo líder americano a rejeitar o legado que recebe e a prometer um "grande esforço nacional para reconstruir o nosso país". 

 

Tendo começado por agradecer aos seus mais imediatos antecessores, ao povo americano e às "pessoas do mundo" pelo apoio recebido, Trump garantiu que, "juntos, vamos determinar o curso da América". "Vamos pôr mãos à obra", atirou ainda.

 

Todavia, a cerimónia inaugural da presidência de Donald Trump "tem um significado especial", não por se concretizar a transferência de poder de Obama para o 45.º presidente norte-americano, mas porque "estamos a transferir o poder de Washington DC para vocês, as pessoas". 

A partir desta altura as ideias transmitidas neste discurso inaugural de Trump assentaram em duas traves mestras: críticas ao "establishment" e a promessas de devolução de poder ao povo; e loas ao proteccionismo económico acompanhadas de críticas ao multilateralismo americano que impera na política externa dos EUA pelo menos desde o final de Segunda Guerra. Mudar este estado das coisas permitirá à América, afiançou Trump, "ganhar outra vez, ganhar como nunca ganhou" e "florescer e prosperar de novo". 

 

"Os políticos prosperaram, mas os empregos fugiram e as fábricas fecharam", disse Trump notando que "os triunfos deles não foram os vossos triunfos". Mas "isso tudo muda e a começar já aqui e agora" porque a América "é o vosso país".

 

No fundo, Trump promete uma nova era política nos Estados Unidos, em que já não será a classe política a determinar as decisões mas sim o cidadão comum. "O que verdadeiramente interessa não é qual o partido que controla o Governo", explicou assegurando que doravante "o Governo é controlado pelo povo".

 

Donald Trump também falou dos problemas sociais Americanos, da pobreza, das fábricas inoperacionais, do sistema de educação, do crime, dos gangues e das drogas que "roubaram demasiadas vidas ao nosso país". Deixando outra promessa: "Esta carnificina Americana acaba aqui e agora".

 

EUA vão deixar de enriquecer outros países e pôr a "América primeiro"

 

Abordando já a o plano externo e o papel do país no mundo, o novo residente da Casa Branca criticou as décadas em que a política externa americana apenas serviu para fazer "outros países ricos" enquanto "a riqueza do nosso país se dissipou no horizonte".

 

Trump sustentou que os EUA subsidiaram exércitos de outros países, defenderam as fronteiras de outros Estados, "recusando defender a nossa", e "gastámos biliões e biliões com o estrangeiro". Contrapondo que em simultâneo "a riqueza da nossa classe média foi arrancada das suas casas e distribuída por todo o mundo". Mas "isso é o passado e agora olhamos apenas para o futuro", atirou.

 

Se dúvidas houvesse quanto à intenção de Donald Trump reverter o internacionalismo e globalismo que marcou décadas de política externa americana, o novo presidente dos EUA proclamou:

 

"Deste dia em diante uma nova visão vai governar a nossa terra", reiterou Trump que se compromete desde já com uma nova doutrina – "A América primeiro, apenas a América primeiro". Ou seja, garante que vai tentar estabelecer "amizade e cooperação" com outras nações, embora colocando "os nossos interesses em primeiro lugar".

 

Daqui para a frente todas as decisões tomadas na Casa Branca sobre "comércio, taxas, imigração, política externa, serão para beneficiar os trabalhadores e famílias americanas". "Desde há várias décadas enriquecemos a indústria estrangeira à custa da nossa indústria", acusou assegurando que "recuperaremos empregos, fronteiras, riqueza e os nossos sonhos"

 

Insistindo na promessa de políticas proteccionistas, Trump estabeleceu as "duas regras simples" que vão nortear a política económica americana: "comprar americano e contratar americanos". Estas regras serão utilizadas, desde logo, na "reconstrução" da América, recorrendo a "mãos americanas e trabalho americano".

 

No que parece uma aproximação à Rússia, Trump disse ainda que "vamos reforçar as nossas alianças e forjar novas" e "vamos erradicar completamente o terrorismo islâmico da face terra".

 

Numa última crítica aos políticos que "só sabem falar", disse que "o tempo de conversas vazias acabou" e que "chegou a hora de agir" porque é tempo de "juntos" tornar a "América grande outra vez".


(Notícia actualizada às 18:15)

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