Notícia
Varoufakis diz que os bancos estão encerrados devido a “crise de liquidez politicamente planeada”
O ministro grego das Finanças reiterou a convicção de que um “não” no referendo é a única forma de garantir condições para um acordo viável com os credores e acusou as instâncias europeias pelo encerramento dos bancos decretado na segunda-feira da semana passada: “É uma crise de liquidez politicamente planeada”, apontou.
- 38
- ...
O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, insistiu, já este domingo, dia em que decorre o referendo que pretende aferir se o eleitorado grego quer, ou não, aceitar as condições propostas pelos credores, na ideia de que a vitória do "não" consubstancia a única maneira de assegurar a Atenas condições para atingir um acordo viável com as instituições.
Em entrevista à cadeia de televisão ABC, Varoufakis acusou também as instâncias europeias pelo encerramento dos bancos, que permanecem fechados desde a segunda-feira passada pelo menos até à próxima terça-feira.
No entender do governante helénico "a razão pela qual os bancos estão a ficar sem liquidez nada tem que ver com a situação vivida pelos próprios bancos". Tudo se deve, garante, a "uma crise de liquidez politicamente planeada". Varoufakis assegura que o Banco Central Europeu (BCE) teve ordens para estancar a liquidez do sistema financeiro helénico.
Nesta entrevista à ABC, cuja data de realização não foi ainda possível perceber, Varoufakis aponta o dedo à forma como a Zona Euro enfrentou a crise das dívidas soberanas que sucedeu à crise do sistema financeiro, eclodida em 2008 na sequência da falência do Lehman Brothers.
"A abordagem à crise feita pela Zona Euro nos últimos cinco anos minou a capacidade de recuperação da economia global", acusou.
Apesar de manter críticas à austeridade defendida pelos membros do bloco do euro, quando, esta manhã, foi depositar o seu voto nas urnas, Yanis Varoufakis sublinhou que "a moeda única e a democracia são compatíveis entre si".