Yanis Varoufakis admitiu esta quarta-feira, 1 de Julho, que o Governo liderado pelo Syriza poderá apresentar a demissão caso o "sim" saia vitorioso no referendo agendado para domingo na Grécia.

Entrevistado na rádio pública australiana ABC, o ministro das Finanças grego foi questionado sobre o que fará o Governo grego caso no referendo de domingo seja o sim a ganhar. "Sim, podemos muito bem fazer isso, mas vamos fazer isso com um espírito de cooperação com quem vier depois de nós", respondeu Varoufakis.

Assegurou que "não vamos fazer nada para travar a implementação do acordo que o povo grego votou" e o governo grego aceitará o veredicto do referendo, pois somos "democratas genuínos".

Se ganhar o "sim", "tudo faremos para que o acordo seja assinado tal como as instituições o propuseram", acrescentou Varoufakis, ressalvando que "não o vamos fazer até que o povo grego nos instrua para isso".

Numa outra entrevista à Bloomberg, concedida esta manhã, o ministro grego das Finanças foi mais assertivo no que diz respeito à sua posição, garantindo que se demitirá caso o "sim" vença. "Não serei o ministro das Finanças" se o sim ganhar, admitiu Varoufakis.

Na entrevista à rádio australiana, Varoufakis criticou os credores por terem proposta à Grécia um acordo que "nenhum ministro das Finanças sensato poderia alguma vez aceitar", assinalando que a proposta foi feita para que a "outra parte recusasse com uma probabilidade de 100%".  

Deu como exemplo das propostas pouco razoáveis dos credores a exigência de subida o IVA dos hotéis e restaurantes para 23%, o que iria "arrasar com o turismo".

As "negociações falharam porque a Europa nunca reconheceu que a dívida pública da Grécia é impagável", disse Varoufakis, adiantando que o plano do Governo grego passa por "ficar no euro", fechar um "acordo sensato nas reformas" a implementar e que contemple "uma reestruturação da dívida que nos permita para voltar a respirar, começar a crescer de novo e pagar as nossas dívidas". É a única forma sensata".

Quanto à possibilidade de a Grécia sair do euro, reiterou que a União Económica e Monetária "é indivisível".