"Por que razão recomendamos um ‘não’ no referendo – em seis curtos tópicos". É este o título da nova entrada no blog de Yanis Varoufakis, dedicado aos seus "pensamentos num mundo pós-2008", onde expõe os motivos para o povo rejeitar – na consulta popular que terá lugar a 5 de Julho – as propostas apresentadas pelos credores da Grécia no passado dia 27 de Junho.

Publicada esta quarta-feira, 1 de Julho, a lista começa por referir, no seu ponto número um, que "as negociações chegaram a um impasse porque os credores da Grécia se recusaram a reduzir a nossa insolúvel dívida pública e insistiram que esta deveria ser paga ‘parametricamente’ pelos membros mais fracos da nossa sociedade, pelos seus filhos e pelos seus netos".

Em segundo lugar, sublinha o ministro grego das Finanças, "O FMI, o governo dos EUA, muitos outros governos de todo o mundo e a maioria dos economistas independentes acreditam – assim como nós – que a dívida tem de ser reestruturada".

E, refere o ponto três, "o Eurogrupo já tinha anteriormente (em Novembro de 2012) admitido que a dívida tinha de ser reestruturada, mas está a recusar um compromisso" nesse sentido.

"Desde o anúncio do referendo, os responsáveis europeus têm enviado sinais de que está a debater uma reestruturação da dívida. Estes sinais mostram que também esta ‘Europa oficial’ votaria ‘não’ à sua proposta final", salienta o ponto número quatro.

Já o ponto cinco reitera o que o governo grego tem vindo a afirmar nos últimos dias: que a Grécia permanecerá no euro. "Os depósitos nos bancos gregos estão seguros. Os credores escolheram a estratégia da chantagem, com base no encerramento dos bancos. O actual impasse deve-se a essa escolha dos credores, e não do governo grego, de descontinuar as negociações ou a quaisquer outros pensamentos relacionados com um ‘Grexit’ ou com desvalorizações. O lugar da Grécia na Zona Euro e na União Europeia não é negociável".

Por último, no ponto seis, Varoufakis destaca que "o futuro exige uma Grécia orgulhosa de estar na Zona Euro e no coração da Europa". "Este futuro exige que os gregos digam um redondo ‘não’ no domingo, exige que digamos que permanecemos na Zona Euro e que, com o poder com que somos investidos por esse ‘não’, renegociaremos a dívida pública da Grécia, bem como a distribuição dos encargos entre os ricos e os pobres", conclui. 

Recorde-se que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou na passada sexta-feira, 26 de Junho, que o governo pretendia convocar um referendo para o povo helénico se pronunciar sobre as propostas apresentadas pelos seus credores internacionais. No dia seguinte, no Parlamento, foi aprovada a realização desta consulta popular, que decorrerá no domingo, 5 de Julho.

(Notícia actualizada às 19h28)