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Tsipras volta a apelar ao não e defende um perdão de 30% da dívida

O primeiro-ministro grego endereçou um discurso à nação, pediu calma no domingo, na ida às urnas, e apelou novamente ao ‘não’. Para que não se ceda a chantagens e ultimatos. Disse também que o último relatório do FMI confirma que a dívida helénica não é sustentável, pelo que defende um "haircut" de 30%.

Bloomberg
03 de Julho de 2015 às 15:04
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Alexis Tsipras voltou a dirigir-se ao povo, num discurso na televisão grega, e insistiu que o voto no referendo do próximo domingo não é uma decisão entre o euro e o dracma, acrescentando que se o ‘não’ vencer isso não significa um ‘Grexit’ [saída da Grécia da Zona Euro], mas sim a prossecução de negociações com melhores condições.


O chefe do governo helénico apelou ao povo para ir votar tranquilamente no dia 5 de Julho, instando-os a "dizer ‘não’ aos ultimatos, à chantagem e ao medo".


Tal como na entrevista dada quinta-feira à ANT1 TV, voltou a referir o facto de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter divulgado ontem um relatório onde admite a insustentabilidade da dívida grega [Tsipras diz ter sido preciso convocar um referendo para essa análise ser tornada pública e que durante as negociações nunca o Fundo tinha reconhecido tal facto].


Segundo o líder do Syriza, o relatório do FMI justifica a decisão de Atenas de rejeitar o pacote de ajuda proposto pelos credores, uma vez que não contemplava qualquer alívio da dívida.


"Ontem deu-se um acontecimento de grande importância política. O FMI publicou um relatório sobre a economia grega, onde (…) confirma o óbvio: que a dívida grega não é sustentável", afirmou.


Assim, acrescentou Tsipras, a única forma de a dívida helénica ser sustentável é através de um "haircut" de 30% e de um período de carência de 20 anos. 

Recorde-se que o organismo liderado por Christine Lagarde sublinha que a Grécia precisa até 50 mil milhões de euros de financiamento adicional nos próximos três anos e um alívio da dívida em larga escala para dar ao país alguma margem para respirar e conseguir que a sua economia volte a encarrilar.

Com efeito, o FMI considera que as necessidades de financiamento da Grécia ascendem a 50 mil milhões de euros até ao final de 2018, pelo que o país precisa de um empréstimo europeu "de pelo menos 36 mil milhões de euros".


(Notícia actualizada às 15h10)

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