Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Varoufakis:"O que estão a fazer com a Grécia tem um nome: terrorismo"

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, volta a dizer que se o "sim" ganhar no domingo sairá do governo. Em entrevista ao El Mundo fala em terrorismo da Europa contra a Grécia e diz que a Europa precisa de partidos como o Syriza.

26 de Abril -  Varoufakis no Twitter, reagindo às criticas de que foi alvo no Eurogrupo que decorrer em Riga.

Eles são unânimes no seu ódio a mim. E eu dou as boas vindas a esse ódio.
04 de Julho de 2015 às 11:28
  • 73
  • ...

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, admitiu cansaço. Os cinco meses na pasta foram desgastantes, mas nada que não esperasse. Isso mesmo disse ao El Mundo, numa entrevista publicada este sábado, 4 de Julho, em vésperas de referendo.

 

Para o ministro grego esta foi a estratégia inicial do Eurogrupo. "Tem um plano há cinco meses para acabar com um Governo que não se deixa chantagear pelo 'establishment' europeu".

 

De qualquer forma não tem dúvidas de que qualquer que seja o resultado do referendo, na segunda-feira "haverá um acordo, estou absolutamente seguro disso. A Europa precisa de um acordo, a Grécia precisa de um acordo, pelo que chegaremos a acordo". Há demasiado em jogo, acrescenta, lembrandon que se a Grécia cair mil milhões de euros perdem-se.

 

Só que, acrescenta, se o "sim" ganhar o acordo será "nefasto", porque não é "sustentável, porque a parte do financiamento é incompleta, porque não dá ânimo nem esperança aos empresários para investirem na Grécia e porque nem sequer põe fim à tensão e ao medo de ter de estar em constantes negociações".

 

 

Por isso Varoufakis acredita que se o "não" ganhar, Alexis Tsipras terá armas para negociar um acordo melhor. Não será fantástico, assume, mas será melhor, acredita. 

 

Num ou noutro cenário, o ministro das Finanças reafirma que os bancos na terça-feira vão voltar a abrir, uma medida que Varoufakis diz que foi tomada por empurrão da União Europeia que não estendeu o prazo do programa que terminou a 30 de Junho por mais uns dias para que o referendo fosse feito com tranquilidade. "O problema da Europa é que não gosta da democracia".

 

Mas se o referendo der uma vitório ao "sim", Varoufakis volta a dizer que se demitirá assim que for divulgado o resultado. Já o tinha dito numa entrevista à Bloomberg. Mas não fala por todo o Governo. Questiona, também, as sondagens que têm saído. "As sondagens? É interessante que não haja sondagens oficiais... É incrível, não lhe parece? Porque será?".

 

Não há sondagens, mas há medo, o que leva Varoufakis a dar outro nome ao que diz estarem a fazer com a Grécia: terrorismo. "É terrorismo. Porque nos forçaram a fechar os bancos? Para injectar medo nas pessoas. E quando se trata de estender o terror, a esse fenómeno chama-se terrorismo".

 

Questionado pelo El Mundo sobre o impacto da situação da Grécia nos países do Sul, como Espanha e Portugal, onde vai haver eleições, nomeadamente sobre a pretensão de Bruxelas de enviar mensagens para esses países sobre o alegado perigo de se votar em partidos da esquerda radical como o Syriza, Varoufakis prefere não comentar, mas diz: É uma reflexão muito interessante e lícita". E conclui: "em toda a Europa é preciso partidos como o Syriza ou o POdemos, partidos críticos ao sistema mas ao mesmo tempo europeístas e democráticos. Os que nos detestam querem que passemos por anti-europeístas, mas não é verdade. Somos necessários".

 

Ver comentários
Saber mais yanis varoufakis el mundo
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio