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Donald Tusk: Talvez tenhamos de nos habituar a conviver com um membro do euro em bancarrota
O presidente do Parlamento Europeu disse esta tarde que o referendo na Grécia não é uma votação sobre a permanência, ou não, do país no euro. Num tom conciliatório, disse mesmo que "talvez tenhamos que nos habituar a viver com um país que é membro da Zona Euro e que está em bancarrota".
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Donald Tusk declarou esta sexta-feira, em entrevista à edição europeia do diário norte-americano Politico, que se os gregos votarem contra às propostas apresentadas pelos credores de Atenas, no referendo que se realiza a 5 de Julho, haverá menos margem de negociação mas o objectivo continuará a ser manter a Zona Euro unida.
Tusk tentou assim amenizar os ânimos entre Atenas e os seus credores internacionais, salientando que o referendo não tem a ver com a permanência da Grécia na Zona Euro.
E apelou a que se ponha fim às recriminações e ao apontar de dedos que se tem observado nas últimas semanas em pleno drama grego. "Talvez o maior erro, e não estou a falar só sobre a Grécia, tenha sido este jogo de atribuição de culpas, o jogo político entre credores e a Grécia", afirmou, acrescentando que "ninguém aqui é um anjo".
"Talvez tenhamos que nos habituar a viver com um país que é membro da Zona Euro e que está em bancarrota", disse o presidente do Conselho Europeu. "Se precisarmos de alterações jurídicas aos Tratados para salvarmos a Europa, também é possível debater essa possibilidade", sublinhou.
Na segunda-feira, o BCE irá decidir se aumenta a linha de liquidez de emergência aos bancos gregos (ELA). Esta semana manteve essa linha com o tecto nos 89 mil milhões de euros, depois de nas semanas anteriores a ter reforçado algumas vezes.
(notícia actualizada às 21h36)