Se hoje houvesse eleições na Grécia, Alexis Tsipras voltava a vencer. Quase dois meses depois de ter chegado ao poder, o Syriza continua em alta entre os gregos.

A coligação de esquerda radical obteve 40,2% das intenções de voto, quase 20 pontos percentuais acima do Nova Democracia, segundo uma sondagem da Marc para a Alpha TV.

Os conservadores surgem na segunda posição com 21%, seguidos pelos comunistas do KKE (4,9%) e o Aurora Dourada de extrema-direita (4,8%).

Mais atrás, surgem os Gregos Independentes (4,5%), que integram a coligação governamental, o Potami (4,3%), os socialistas do Pasok (2,5%) e a formação do antigo primeiro-ministro socialista Giorgios Papandreou (1,8%).

Mas a sondagem revela mais dados, como a queda da popularidade do Governo de Alexis Tsipras desde as eleições.

A 13 de Fevereiro, duas semanas após a subida do Syriza ao poder, o Executivo estava com a popularidade em alta, com uma taxa de aprovação de 83,1%. Este valor caiu para 64% na sondagem a 6 de Março e agora para 59,8%.

E sair da moeda única? Questionados sobre o regresso ao dracma, a maioria dos gregos defendem a permanência no euro (61,2%), mesmo sujeitos a medidas de austeridade.

Os resultados da sondagem dão assim mais força ao Governo grego na negociação com os credores internacionais. Foi na quinta-feira que Alexis Tsipras reforçou que é legítimo procurar o fim da austeridade, pois este mandato foi conferido pelo povo grego.

"O nosso mandato popular foi explícito e pretendemos cumpri-lo", disse ontem o primeiro-ministro no parlamento helénico no dia em que foram aprovadas medidas para combater a crise humanitária no país.

Vai ser hoje que Alexis Tsipras vai voar para Bruxelas para participar no Conselho Europeu, a cimeira de líderes da União Europeia, onde a situação na Grécia vai ser um dos principais temas em cima da mesa.

Vários líderes europeus têm vindo a público avisar que o tempo está a escassear para Atenas, como o presidente do Parlamento Europeu que disse hoje que o "o tempo é pouco" e que a situação é "perigosa" para a Grécia, devido à falta de dinheiro nos cofres públicos, disse Martin Schulz.

À margem do evento vai ter lugar uma "mini cimeira" em que vão participar, além de Alexis Tsipras, os líderes da Alemanha e França, Angela Merkel e François Hollande, e os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.