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Fuga de depósitos na Grécia disparou depois de Dijsselbloem falar em controlo de capitais

A corrida aos bancos na passada quarta-feira foi a mais elevada num só dia desde que Atenas chegou a acordo com os parceiros europeus a 20 de Fevereiro para estender por quatro meses os empréstimos europeus para a Grécia.

Bloomberg
19 de Março de 2015 às 13:46
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As fugas de depósitos dos bancos gregos aceleraram na quarta-feira. Foi neste dia que "voaram" entre 350 a 400 milhões de euros dos cofres das instituições financeiras helénicas.

 

A fuga registada na quarta-feira, 18 de Março, foi "muito maior do que nos dias anteriores", com este valor a ser cinco vezes superior à media dos dias anteriores.

 

Estes valores estão a ser avançados esta quinta-feira, 19 de Março, pelo jornal grego Kathimerini, citado pela Bloomberg.

 

Este fluxo de saída foi mesmo o mais elevado num só dia desde que Atenas chegou a acordo com os parceiros europeus a 20 de Fevereiro para estender por quatro meses os empréstimos europeus para a Grécia.

 

É de sublinhar que a corrida aos bancos teve lugar um dia depois do presidente do Eurogrupo apontar que o controlo de capitais pode vir a ser usado na Grécia, tal como foi em Chipre em Março de 2013, antes do resgate internacional.

 

"Podemos também olhar para o cenário que tínhamos em Chipre. Tivemos de tomar medidas radicais, os bancos estiveram fechados durante um tempo e o fluxo de capitais dentro e fora do país estiveram sujeitos a condições", disse Jeroen Dijsselbloem na terça-feira.

 

Antes de ser resgatado em mais de 10 mil milhões de euros no final de Março de 2013, Chipre esteve sujeito à restrição do movimento de capitais, uma medida inédita na Zona Euro. Os bancos cipriotas estiveram assim fechados durante 11 dias para prevenir uma fuga de capitais.

 

E mesmo após reabrirem, várias restrições vigoraram durante alguns dias, como um limite diário de levantamento de 300 euros para os particulares e de cinco mil euros para as empresas.

 

Os cinco principais bancos gregos já perderam 45% do seu valor na bolsa de Atenas desde que o Syriza chegou ao poder a 25 de Janeiro. 

 

A incerteza que rodeia o futuro da Grécia fez com que 16 mil milhões de euros voassem dos bancos gregos em Dezembro e Janeiro. A corrida aos bancos continuou em Fevereiro, mas o acordo com o Eurogrupo acalmou então os fluxos. Os bancos gregos pediram emprestado 104,3 mil milhões de euros ao BCE em Fevereiro, um valor equivalente a 57% do total do PIB grego, segundo dados da Reuters.

 

Os bancos gregos enfrentam assim uma escassez de liquidez, que foi ampliada pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) decidir deixar de aceitar dívida grega como colateral para os empréstimos aos bancos. Esta medida tem maior influência nos bancos helénicos, pois são estes que detêm maior número destas obrigações.

 

Para injectar liquidez na banca helénica, o BCE lançou uma bóia de salvação: a Assistência de Liquidez de Emergência (programa ELA). Hoje foi divulgado que o banco central aumentou a linha de emergência em 400 milhões de euros para 69,8 mil milhões, um valor ainda assim abaixo dos 900 milhões pretendidos pelos bancos gregos.

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