Notícia
Catalães saem à rua para protestar contra a violência exercida pelas autoridades no domingo
Estradas cortadas, os serviços de transporte a funcionar com perturbações e comércio a meio gás. Está a ser assim a manhã numa Catalunha em greve para protestar contra a violência exercidas pelas forças de segurança no domingo dia do referendo.
No último domingo, mais de dois milhões de catalães foram às urnas para votarem no referendo sobre a independência da região. Um referendo que Madrid considerou ilegal e para onde enviou várias centenas de elementos da polícia nacional para tentarem travar a ida dos catalães às urnas. O domingo ficou também marcado pela violência exercida pelas autoridades de segurança, que geraram mais de 800 feridos.
Depois destes episódios de violência, os sindicatos – a CGT (Confederación General del Trabajo), IAC, COS e Intersindical CSC – convocaram uma greve geral para esta terça-feira, 3 de Outubro. O objectivo é precisamente "responder" à violência exercida pelas forças de segurança no passado domingo, relato o jornal La Vanguardia.
E os catalães estarão a responder em força. A Catalunha estará a meio gás esta manhã, com várias estradas e auto-estradas cortadas – nomeadamente devido a 24 manifestações que estão a decorrer – os transportes têm a sua circulação afectada (o metro tem estado a operar a 40% e os autocarros a 30% - em ambos os casos acima dos serviços mínimos de 25% decretados pelas autoridades) e o comércio está a meio gás, escreve o La Vanguardia.
O El Mundo indica que os quiosques nas Ramblas – centro de Barcelona -, padarias históricas e lojas que estão abertas todos os dias do ano não abriram portas esta terça-feira. Na sede do PP em Barcelona (partido do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy) cerca de duas mil pessoas protestam e cantam canções contra o partido e contra polícia, segundo a mesma fonte.
A polícia nacional, enviada por Madrid para travar o referendo, está inclusivamente a ser, de certa forma, convidada a deixar a Catalunha. De acordo com o El País, a Polícia Nacional e a Guardia Civil abandonaram durante a última madrugada ou vão deixar esta terça-feira os hotéis onde estão instalados. Pelo menos, em três zonas onde estes elementos estão instalados, a pressão dos vizinhos das unidades hoteleiras estão na origem desta saída.
Os sindicatos representantes das forças policiais já exigiram, em comunicado citado pelo El Mundo, que o Ministério do Interior adopte medidas para garantir a segurança destes profissionais.
Carles Puigdemont, presidente do Governo Regional da Catalunha, já usou o twitter para dizer que esta "é uma jornada de protesto democrática, cívica e digna".
Avui és una jornada de protesta democràtica, cívica i digna. No us deixeu endur per les provocacions. El món ho ha vist: som gent pacífica.
— Carles Puigdemont (@KRLS) 3 de outubro de 2017