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Governo espanhol rejeita diálogo mediado com a Catalunha

O presidente do governo autonómico catalão propôs que Madrid e Barcelona estabeleçam um diálogo preferencialmente mediado por terceiros. Pela voz do ministro espanhol dos Assuntos Europeus, o governo espanhol diz que tal hipótese não está prevista na lei.

Reuters
03 de Outubro de 2017 às 16:25
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O governo de Espanha não aceita a via proposta pelo executivo catalão com vista ao estabelecimento de uma plataforma de diálogo entre as duas entidades mediada por uma terceira parte.

 

Pela voz do ministro espanhol dos Assuntos Europeus, Jorge Toledo, o executivo chefiado por Mariano Rajoy sustentou que a proposta ontem feita pelo presidente do governo autonómico da Catalunha (Generalitat), Carles Puigdemont, é inaceitável na medida em que contraria a lei de Espanha.

 

"Podemos mudar a lei, ser contra ela, mas não podemos desobedecê-la", disse Jorge Toledo ao site Politico. Este jornal online salienta que este posicionamento de Madrid serve para desencorajar e não atribuir nenhum tipo de recompensa aos nacionalistas catalães que, no passado domingo, promoveram um referendo independentista à revelia do governo espanhol que considerou "ilegal" a consulta popular.

 

"O momento aconselha mediação, e que seja internacional para ser eficaz", propôs ontem Carles Puigdemont.

 

No entender do governante catalão, as cargas policiais feitas no domingo pela polícia espanhola e que provocaram perto de 900 feridos fizeram da crise entre a Catalunha e Madrid um problema internacional e não somente interno, o que leva Puigdemont a considerar que "a União Europeia não pode continuar a olhar para o lado". 

 

O secretário-geral socialista, Pedro Sánchez, disse que o PSOE "reclama" que Mariano Rajoy aceite iniciar uma negociação "imediata" com as entidades catalãs.

 

Proposta com a qual Pablo Iglesias disse concordar, embora o líder do Unidos Podemos insista na demissão de Rajoy e mantenha a pressão sobre o PSOE para que viabilize com voto favorável uma moção de censura que permita derrubar o governo do PP, que não tem maioria no parlamento nacional.

 

Também ontem a Comissão Europeia instou as partes envolvidas para que "rapidamente [passem] da confrontação ao diálogo", tendo também criticado a actuação de Madrid ao considerar que "a violência não pode ser um instrumento da política". Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, apelou também para que sejam encontradas "formas de evitar novo escalar [da tensão] e o uso de força".

 

Até aqui tem sido a impossibilidade de diálogo entre o governo nacional e o governo regional a contribuir de forma mais decisiva para o afastamento crescente entre os dois lados em contenda.

 

Esta terça-feira está a ser marcada pelo regresso dos catalães à rua, com uma greve geral a praticamente paralisar a região. Os grevistas protestam a favor da democracia e contra a tentativa de silenciamento promovida pelo governo de Rajoy que recorreu à força para tentar impedir o referendo de 1 de Outubro que viu mais de 2 milhões de catalães votarem "sim" à independência

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