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Autoridades catalãs apelam a “mediação internacional” do conflito patrocinada pela UE

O presidente do governo autonómico também exigiu a saída imediata da Catalunha dos agentes da Guarda Civil e da Polícia Nacional e informou que será constituída uma comissão para investigar os actos de violência.

02 de Outubro de 2017 às 13:20
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Carles Puigdemont, presidente do governo autonómico da Catalunha (Generalitat) defendeu esta segunda-feira, 2 de Outubro, a existência de um interlocutor para mediar as negociações entre as autoridades catalãs e o governo central. 

Depois de uma reunião extraordinária com os seus conselheiros, Puigdemont apelou a uma "mediação internacional" apadrinhada pela União Europeia no sentido de normalizar as relações entre o governo central e a Generalitat, na medida em que a violação de direitos que, segundo as autoridades catalãs, marcou a realização do referendo na região, é uma questão que ultrapassa as fronteiras do país. 

 

"Estão a ser violados os direitos fundamentais estabelecidos pela carta de cidadania europeia. A União Europeia não pode olhar para o lado, este não é um assunto doméstico", afirmou o presidente do governo autonómico.

 

Ainda assim, Puigdemont admitiu que não existe qualquer indício de que a UE aceite interferir nesta questão, como ficou aliás visível nas declarações proferidas esta manhã pelo porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas.

 

Apesar de ter apelado ao diálogo e ter rejeitado a violência como "intrumento de política", o porta-voz reiterou que este "é um assunto interno de Espanha e deve ser tratado em linha com a Constituição".

 

Na conferência de imprensa realizada esta manhã, Puigdemont também exigiu a saída imediata da Catalunha dos agentes da Guardia Civil e da Polícia Nacional e informou que será constituída uma comissão para investigar todos os actos de violência que ocorreram este domingo.

 

Recorde-se que o referendo ficou marcado por cenas de violência por parte dos efectivos enviados para a região para impedir o referendo independentista e que, segundo o mais recente balanço do governo autonómico, provocaram 893 feridos.

 

A consulta popular resultou na vitória do "sim" à independência da Catalunha, com 90% dos votos considerados válidos. Um resultado que, para Puigdemont, valida a intenção de avançar com a declaração unilateral de independência, o que não acontecerá, porém, "nem hoje nem amanhã".

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