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Carles Puigdemont: “Sinto-me já como o presidente de um país livre”
O presidente do governo regional da Catalunha deu uma entrevista ao jornal alemão Bild onde diz sentir-se “já como o presidente de um país livre onde milhões de pessoas tomaram uma importante decisão”.
Carles Puigdemont (na foto), presidente do governo regional da Catalunha, deu uma entrevista ao jornal alemão Bild, que vai ser publicada amanhã e está a ser citada pela Reuters, onde diz sentir-se "como o presidente de um país livre".
"Sinto-me já o presidente de um país livre onde milhões de pessoas tomaram uma decisão importante", disse o responsável ao jornal.
Entretanto, o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, apelou no Parlamento Europeu às negociações entre Madrid e região autonómica. "É hora de conversar", disse o responsável.
Por esta altura, está a ser especulado na imprensa espanhola que a Catalunha pode declarar a independência unilateralmente na próxima segunda-feira. O presidente do governo catalão poderá aproveitar a presença no plenário do parlamento regional, marcado preliminarmente para a próxima segunda-feira, para avançar com uma declaração unilateral de independência, na sequência do resultado do referendo de domingo passado.
É essa a interpretação feita pela imprensa espanhola, que esta quarta-feira, 4 de Outubro, dá conta de que os partidos Junts pel Sí e CUP agendaram um plenário do parlamento onde se espera que Carles Puigdemont avalie os eventos de 1 de Outubro e explique os "efeitos" decorrentes da votação popular, cuja lei foi suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol.
A presença de Puigdemont é requerida ao abrigo ao abrigo do artigo 169.º do regulamento do parlamento, mas ainda é necessário registá-lo formalmente para que seja efectivo.
A notícia da marcação da reunião surge no dia em que está marcada (para as 21:00 em Barcelona, menos uma hora em Portugal Continental) uma declaração de Carles Puigdemont, 24 horas depois de o rei de Espanha se ter referido à situação na Catalunha como uma "deslealdade inadmissível" do governo regional para com o Estado, de se colocar à margem da democracia e de "quebrar a unidade de Espanha".
Ontem, o rei de Espanha falou ao país. Num curto mas duro discurso, o rei de Espanha acusou os dirigentes políticos da Catalunha de "deslealdade inadmissível" e reiterou o compromisso da coroa com a "unidade e permanência de Espanha".