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Banca espanhola afunda e juros sobem para máximos com receios da Catalunha independente

O IBEX está a viver a pior sessão em mais de um ano, com as perdas a serem lideradas pelo sector financeiro. Os bancos catalães afundam mais de 6% enquanto os juros da dívida seguem em máximos de quase sete meses.

Reuters
04 de Outubro de 2017 às 13:20
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O resultado do referendo de domingo na Catalunha já estava a agitar os mercados, mas a garantia de que a declaração de independência será mesmo feita nos próximos dias está a adensar os receios e a colocar Espanha sob os holofotes.

O principal índice da bolsa de Madrid, o IBEX, desce 2,45% para 10.0006,10 pontos, depois de ter chegado a desvalorizar um máximo de 2,67% para 9.983,50 pontos, o valor mais baixo desde Março. A queda é a mais pronunciada desde Agosto de 2016, sessão em que o índice afundou 2,77%.

Com todas as cotadas no vermelho, são as empresas do sector financeiro que mais contribuem para a evolução negativa do índice, com os bancos catalães em destaque. O Sabadell afunda 6,40%, o CaixaBank desce 6,39% e o Bankia perde 3,88%. Também o BBVA, o Santander e o Bankinter registam desvalorizações superiores a 3%.

O ministro espanhol da Economia, Luís de Guindos, já garantiu, no entanto, que os depositantes "nada têm a temer" já que os bancos sediados na Catalunha são "bancos espanhóis e também europeus".

Tal como os clientes dos bancos, também as empresas não deverão estar preocupadas, sublinhou, garantindo que o executivo "actuará com os instrumentos e nos momentos adequados".

O deslize da bolsa espanhola está a arrastar a maioria dos índices accionistas europeus e a levar o Stoox600 a interromper uma série de nove sessões consecutivas de ganhos.

Os receios em torno da independência da Catalunha estão a reflectir-se também no mercado de dívida, com os juros das obrigações a dez anos a subirem pela terceira sessão consecutiva, para o valor mais elevado em quase sete meses. A ‘yield’ associada a estes títulos avança 3,7 pontos para 1,760%, depois de já ter tocado em 1,792%, um máximo de 22 de Março. O spread da dívida portuguesa face à do país vizinho está, pelo contrário, em mínimos de Outubro de 2015.

Analistas consultados pela Reuters acreditam que o nervosismo deverá prolongar-se nos próximos dias. "Quando olhamos para os mercados europeus, percebemos que as preocupações políticas em relação a Espanha são o principal motor, e que a incerteza vai continuar se o governo regional declarar a independência", afirma o economista da Investec Ryan Djajasaputra citado pela agência noticiosa.

A convicção de que a declaração de independência chegará nos próximos dias é cada vez maior, depois de ter sido agendado um plenário do parlamento regional para a próxima segunda-feira.

O presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, poderá aproveitar a presença nesse plenário para avançar com uma declaração unilateral de independência, na sequência do resultado do referendo, que deu vitória ao "sim" com 90% dos votos. 

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