Terminado o Conselho Europeu que decorreu esta quinta e sexta-feira em Bruxelas, o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho revelou que apesar de as perspectivas económicas para 2015 terem sido revistas em alta, os países devem continuar a atribuir especial importância à necessidade de prosseguir políticas de "consolidação orçamental, reformas estruturais e [de captação de] investimento".

Passos explicou que estes compromissos devem ser mantidos mesmo depois de o próprio presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ter apresentado "uma perspectiva sobre o crescimento da economia europeia mais optimista do que a apresentada em Dezembro do ano passado".

Nas palavras de Passos Coelho, o italiano Mario Draghi enfatizou que "esta retoma das expectativas tem em conta a politica monetária mais acomodatícia do BCE e a quebra do preço do petróleo". Todavia, e na mesma linha do referido atrás, Draghi sustentou que independentemente das "condições mais favoráveis", é necessário prosseguir uma "recuperação sustentada". O representante português no Conselho realçou que é preciso "fazer regressar plenamente a confiança que sustentará o crescimento".

Num momento em que vêm sendo reforçados os pedidos relativos a um debate sobre a necessidade de aperfeiçoamento da união económica e monetária, Passos Coelho confirmou que este será um tema central no debate europeu que se realizará no próximo mês de Junho.  

Numa cimeira marcada pela agenda internacional, nomeadamente pela situação na Ucrânia e na Líbia, Passos disse que a União Europeia mantém o apoio "político e diplomático" ao acordo de paz Minsk 2 assinado a 13 de Fevereiro e cuja implementação ainda não se verificou de forma plena no leste da Ucrânia.

Por fim, Passos Coelho destacou os avanços relativos à politica energética europeia, cujo sucesso "passa por uma maior integração física, por um nível adequado de interligações, por uma maior integração regulatória e por regras comuns, ou harmonizadas, nos nossos mercados de energia".

Nesse sentido, o chefe do Governo português lembrou o "trabalho que temos feito com a Espanha e a França", orientado, precisamente, no sentido dos objectivos descritos. Passos regozijou-se pelo facto de este trabalho ter sido "reconhecido pelo Conselho Europeu".

O trabalho desenvolvido pelo Executivo português inclui-se no objectivo de garantir "10% de interconexões até 2020", meta necessária para "pôr termo ao isolamento da Península Ibérica" no que diz respeito à questão energética. 

(Notícia actualizada às 14h27 com mais informações)