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Hollande e Merkel pedem mais Europa para lidar com a crise dos refugiados

A liderança do eixo franco-alemão compareceu unida no Parlamento Europeu a reclamar a reafirmação das conquistas europeias, entre as quais a abolição de fronteiras internas.

Reuters
07 de Outubro de 2015 às 17:33
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François Hollande e Angela Merkel compareceram juntos perante o Parlamento Europeu onde reafirmaram nesta tarde de 7 de Outubro que a crise dos refugiados obriga a União Europeia a procurar novas soluções, mas soluções que confirmem os princípios europeus bem como conquistas do processo de integração europeia, entre as quais a abolição de fronteiras internas.

 

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu que a União Europeia (UE) necessita de novas regras para lidar com os pedidos de asilo, pois as atuais estão "obsoletas".

 

"Sejamos francos, a convenção de Dublin, na sua forma presente, é obsoleta", disse, referindo-se ao actual quadro legal europeu que regulamenta os pedidos de asilo, que estipula que os refugiados devem solicitá-lo no Estado-membro da UE ao qual chegam.

 

Segundo Merkel, o sistema era "bem intencionado", mas revelou-se insustentável, razão pela qual, defendeu, é necessário "um novo regulamento" que garanta "uma repartição justa e solidária" dos refugiados que solicitam asilo, entre todos os Estados-membros da União.

 

Também o presidente francês reconheceu falhas na resposta da UE à crise migratória e de refugiados, admitindo que "a Europa tardou a compreender que as tragédias no Médio Oriente e em África teriam consequências para si".

 

François Hollande sustentou que, nesta crise, assim como em outras, a Europa tem de se mostrar mais unida que nunca, advertindo que o debate agora já "não é entre menos Europa ou mais Europa", mas sim entre a afirmação da Europa ou o seu fim, e "um regresso às fronteiras nacionais".

Hollande justificou ainda a intervenção militar francesa na Síria sustentando que o conflito extravasa as fronteiras daquele país, e ameaça chegar mesmo a território europeu.


"O que está lá [na Síria] em jogo determinará por muito tempo os equilíbrios em toda a região do Médio Oriente, e se deixarmos os conflitos religiosos, e entre sunitas e xiitas, amplificarem-se ainda mais, não pensemos que estaremos ao abrigo: será uma guerra total, e que poderá afectar o nosso próprio território. E por isso temos que agir", disse, no plenário.


Segundo Hollande, "a França assumiu as suas responsabilidades militares face à ameaça, e toda a Europa deve comprometer-se no plano humanitário, político e diplomático", para "construir um futuro político na Síria, que dê à população outra alternativa" que não o actual Presidente Bashar al-Assad nem a organização terrorista Estado Islâmico.

Numa intervenção centrada na questão do terrorismo, François Hollande reiterou que o Estado Islâmico e os jihadistas constituem uma ameaça para toda a Europa, mas insistiu que também é necessário afastar de qualquer solução política o actual Presidente sírio, pois "o regime de Bashar al-Assad criou e continua a alimentar este desastre, e ainda hoje ele bombardeia, mata e massacra".


O conflito na Síria, que começou em Março de 2011, já provocou mais de 240 mil mortos, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

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