O ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis disse ao jornal satírico francês Charlie Hebdo que na hipotética possibilidade de o novo Executivo helénico ser derrubado, somente a extrema-direita, racista e nacionalista, sairia a ganhar.

"Aquilo que eu digo aos meus congéneres é: se acreditam que é do vosso melhor interesse derrubar governos progressistas como é o nosso, apenas poucos dias após a nossa eleição, então terão de temer o pior", alertou Varoufakis naquela que é a segunda edição do Charlie Hebdo desde o fatídico atentado jihadista que provocou a morte de vários colaboradores do jornal no início de Janeiro.

No entender de Varoufakis, os mais recentes casos que demonstram o crescimento de forças extremistas na Europa,

nomeadamente de extrema-direita, mostram que os governos europeus irão ser prejudicados se Executivos como o grego continuarem a ser "asfixiados".

Na segunda edição, em 2015, do Charlie Hebdo, refere a agência Reuters, pode ainda encontrar-se um artigo intitulado: "O Syriza é o futuro da Europa".

O Eurogrupo aprovou esta terça-feira o conjunto de medidas propostas pelo Governo grego como contrapartida para o prolongamento dos empréstimos europeus à Grécia por mais quatro meses.

No entanto, este acordo levantou algumas críticas ao facto de o Syriza poder estar a recuar face ao seu programa eleitoral de forma a assegurar a extensão da assistência financeira à Grécia, cujo programa terminava no próximo dia 28 deste mês. Independentemente de eventuais cedências feitas pelo Syriza, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou que "ainda existem muitas dúvidas" sobre se se deve, ou não, acreditar no actual Governo grego.