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Mais de dez mortos em ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo

Dois homens armados atacaram esta quarta-feira os escritórios do jornal satírico francês Charlie Hebdo. O ataque provocou, pelo menos, doze mortos. O Governo francês já agendou um conselho de ministros extraordinário para as 14h00. França elevou, entretanto, o risco de alerta terrorista para o nível máximo.

07 de Janeiro de 2015 às 11:42
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Doze pessoas - entre eles nove jornalistas e dois polícias - foram mortas esta quarta-feira, 7 de Janeiro, durante um tiroteio nos escritórios do jornal satírico francês Charlie Hebdo (ao lado pode ver a capa do jornal publicada esta quarta-feira com uma caricatura do escritor Michel Houellebecq, autor do livro "Soumission", lançado hoje). O número de mortos foi confirmado pelo porta-voz da polícia de Paris, Xavier Castaing. 

 

O presidente francês já esteve local do atentando. François Hollande anunciou a activação do plano de alerta máximo no país, depois de um ataque armado que qualificou de "terrorista".

 

"A França está em choque com este atentado terrorista", afirmou o presidente francês, que convovou uma reunião do gabinete de crise para 14h00. Hollande prometeu que os autores do ataque armado serão perseguidos e julgados.

 

De acordo com vários meios de comunicação social, dois homens encapuzados e vestidos de negro entraram nas instalações do jornal francês fortemente armados e começaram a disparar. Estes homens estão em fuga.   

 

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, já anunciou que houve três envolvidos no ataque de hoje contra o jornal satírico 'Charlie Hebdo', tendo assegurado que as autoridades francesas estão a fazer tudo para "neutralizar tão rapidamente quanto possível os três criminosos que cometeram este acto de barbárie".

 

De acordo com o jornal francês Le Monde, outros jornais estão agora sob protecção policial.  

 

A redacção do jornal satírico, publicado semanalmente, já tinha sido atacada em Novembro de 2011, quando um incêndio de origem criminosa destruiu as suas instalações.

 

Esse incidente ocorreu depois de o jornal publicar um número especial sobre as primeiras eleições na Tunísia após a destituição do Presidente Zine el Abidine Ben Ali, vencidas pelo partido islamita Ennahda, no qual o profeta Maomé era o "redactor principal".

 
Reacções ao ataque desta manhã no Charlie Hebdo
David Cameron: "Os assassínios cometidos em Paris são revoltantes. Estaremos ao lado do povo francês no combate contra o terrorismo e pela defesa da liberdade de imprensa", escreveu o primeiro-ministro britânico na sua conta na rede social de mensagens curtas Twitter. 
 

Jean-Claude Juncker: "Sinto-me profundamente chocado pelo ataque brutal e inumano que atingiu a redacção do semanário francês Charlie Hebdo. É um acto intolerável, uma barbaridade que nos afecta a todos como seres humanos e europeus. Penso nas vítimas e expresso às suas famílias, em meu nome pessoal e em nome da Comissão Europeia, a nossa maior solidariedade para com a França."

 

Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca: "Os nossos pensamentos vão para os familiares dos que foram mortos e feridos neste ataque. As autoridades da Casa Branca estão em contacto com as autoridades francesas e os Estados Unidos estão preparados para trabalhar de perto com a França."  

 

Angela Merkel: A chanceler alemã classificou o ataque de "abominável" e "injustificável". "Este acto abominável não é apenas um ataque à vida de cidadãos franceses e à sua segurança, é também um ataque à  liberdade de imprensa e expressão, dois pilares de uma sociedade democrata".   

 

Governo espanhol: "Recebemos com horror a notícia do acto terrorista vil e cobarde perpetrado hoje contra a sede do semanário francês Charlie Hebdo em Paris. O Governo, em nome do povo espanhol, exprime a sua condenação mais firme" deste ataque. A Espanha "defende hoje nos termos mais fortes do que nunca a liberdade de imprensa como um direito fundamental e irrevogável", afirmou também.

 

Na sua conta no Twitter, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, escreveu: "A minha firme condenação do atentado terrorista em Paris e as minhas condolências e solidariedade ao povo francês pelas vítimas. Espanha com França".

 

Nato: O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, condenou o atentado contra a sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo, em que morreram pelo menos 12 pessoas, considerando-o um "acto bárbaro" e um "intolerável ataque à liberdade de imprensa".

 

Conselho francês do culto muçulmano: O Conselho francês do culto muçulmano (CFCM), instância representativa dos muçulmanos de França, classificou como um "acto bárbaro" o atentado contra o semanário Charlie Hebdo em Paris. "Este acto bárbaro de extrema gravidade é também um ataque contra a democracia e a liberdade de imprensa", afirmou o CFCM, que representa a primeira comunidade muçulmana da Europa (entre 3,5 a 5 milhões de membros), e que se exprimiu em nome dos "muçulmanos de França".

 

Donald Tusk: O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, manifestou solidariedade para com a França após o atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo, que classificou como um "acto brutal contra valores fundamentais" e que causou pelo menos 12 mortos. "É um ataque brutal contra os nossos valores fundamentais, contra a liberdade de expressão, pilar da nossa democracia", salientou Tusk, num comunicado divulgado em Bruxelas.

 

Marine Le Pen: "Um atentado odioso", considera a líder da Frente Nacional. "A nação está unida para dizer que nós, franceses de todas as origens, não vamos aceitar atentados às nossas vidas e liberdades". A líder do partido de extrema-direita associou-se à "dor das famílias das vítimas" e vai realizar amanhã uma conferência de imprensa sobre o ataque.

 

Extrema-direita francesa: As formações de extrema-direita francesas Frente Nacional (FN) e Aliança Azul Marinho (RBM) mostraram-se "horrorizadas com o odioso atentado" contra a sede do semanário satírico Charlie Hebdo. Num comunicado, as duas formações lideradas por Marine Le Pen manifestam "imensa tristeza pelas vítimas" e apresentam condolências às respectivas famílias.

 

Liga Árabe: A Liga Árabe e a Al-Azhar, a principal autoridade do Islão sunita, condenaram o atentado terrorista. "O chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, condena energicamente o ataque o ataque contra o jornal Charlie Hebdo em Paris", referiu a organização em comunicado.

 

Barack Obama: O presidente norte-americano expressou as suas "sinceras condolências ao povo de Paris e de França pelo terrível ataque terrorista que teve hoje lugar". "O facto de que este foi um ataque a jornalistas, o ataque à nossa liberdade de imprensa, também revela que estes terrorista receiam a liberdade de expressão e de imprensa". Barack Obama descreveu o ataque como "cobarde e malvado" e sublinhou que a França "é um dos aliados mais antigos e mais fortes" dos Estados Unidos.

 

Dilma Rousseff: A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou que o atentado perpetrado hoje contra a sede do Charlie Hebdo é intolerável e inaceitável. "Esse acto de barbárie, além das lastimáveis perdas humanas, é um inaceitável ataque a um valor fundamental das sociedades democráticas - a liberdade de imprensa", disse a Presidente brasileira, numa nota em que classificou o ataque como um acto "terrorista".

 

Vaticano: O Vaticano condenou "a dupla violência" do atentado contra a sede do Charlie Hebdo. Numa primeira reação, o padre Ciro Benedettini, vice-diretor do gabinete de imprensa do Vaticano, comunicou aos jornalistas a "condenação pelo acto de violência" e "pelo atentado contra a liberdade de imprensa, tão importante como a liberdade religiosa".

 

(Notícia em actualização)

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