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Alexis Tsipras promete "trabalhar arduamente" para aplicar reformas
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, saudou a aprovação pelo parlamento alemão da extensão do programa de assistência financeira à Grécia, prometendo que vai "começar a trabalhar arduamente" para aplicar as reformas necessárias.
"O Parlamento alemão deu hoje à Europa um voto de confiança", afirmou o primeiro-ministro helénico, numa entrevista ao canal de televisão Euronews.
"A Europa reconheceu agora que a Grécia virou uma nova página (...) Vamos começar a trabalhar arduamente, de forma a mudar a Grécia, numa Europa em mudança", disse Tsipras, líder do partido de esquerda radical Syriza, força política que sempre defendeu o fim da austeridade e que conquistou as eleições legislativas gregas de 25 de janeiro.
"Chegou o momento de aplicar as reformas que o país precisa e que nenhum governo tentou fazer", destacou Tsipras,
referindo ainda que o "governo de salvação nacional" que lidera vai agora começar "um esforço incansável para recuperar a justiça social e fiscal e, ao mesmo tempo, para aumentar as receitas públicas".
Ainda em declarações ao canal Euronews, Tsipras disse que o voto alemão provou que "a Europa pode avançar, quando há vontade política, pode superar os impasses e procurar vias alternativas para as políticas de crescimento e dar prioridade ao futuro dos povos europeus".
Parlamento alemão aprova extensão dos empréstimos à Grécia por larga maioria
O Parlamento alemão aprovou esta sexta-feira a extensão dos empréstimos à Grécia por mais quatro meses com 542 votos positivos, 32 negativos e 13 abstenções.
Durante o debate no Bundestag, que começou às 8h00 horas de Lisboa, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, admitiu que a aprovação da extensão "não é uma decisão fácil", e que não será permitido a Atenas fazer chantagem com os parceiros da Zona Euro.
"Não estamos a falar de novos milhões para a Grécia nem em mudanças novas ao programa. Mas sim estamos a dar e a garantir tempo extra para a Grécia completar com sucesso o seu programa", afirmou no Parlamento. "A Grécia tem de fazer a sua parte. A solidariedade tem a ver com confiança".
Schäuble admitiu que a extensão da ajuda não é "uma decisão fácil" de tomar, no que foi corroborado por Carsten Schneider, do SPD. Schneider defendeu ainda que os gregos mais ricos devem contribuir mais para as finanças do país, e avisou que Atenas poderá necessitar de um terceiro programa de assistência financeira.
Já Brinkhaus, da CDU, lembrou que, durante a crise financeira, cinco países foram alvos de resgate, quatro dos quais bem-sucedidos nos seus programas de ajustamento. "Isto mostra que às vezes vale a pena dizer sim", acrescentou.
Uma das vozes que se levantou contra a extensão do apoio a Atenas foi a de Klaus-Peter Willsch, do CDS/CSU, que colocou em causa a credibilidade do Governo grego, perguntando aos colegas deputados se comprariam um carro usado de Tsipras ou Varoufakis.
O prolongamento do apoio à Grécia foi aprovado pelos 18 países do euro esta terça-feira, 24 de Fevereiro, ficando ainda dependente da luz verde de alguns parlamentos nacionais. Depois do "sim" do Bundestag, a extensão dos empréstimos a Atenas tem de ser submetida ao escrutínio da Estónia, Países Baixos e Finlândia. O governo finlandês quer acelerar o processo de aprovação e garantiu, logo na terça-feira, em comunicado, que "a lista de medidas apresentada pelo Governo grego é abrangente o suficiente para a Finlândia aceitar a proposta de extensão do empréstimo".