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Catalunha: Detidos os líderes das duas principais associações independentistas

As autoridades judiciárias espanholas detiveram os líderes das duas principais organizações independentistas da Catalunha, decisão que já levou à convocação de várias manifestações na região autonómica.

Reuters
17 de Outubro de 2017 às 13:14
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Os líderes das duas principais associações independentistas da Catalunha, acusados de sedição, foram hoje colocados em prisão preventiva, sem fiança, por uma juíza da Audiência Nacional espanhola, indicaram fontes judiciais.

O presidente da Assembleia Nacional Catalã (ANC), Jordi Sánchez, e o presidente da Òmnium Cultural, Jordi Cuixart, que foram hoje pela segunda vez presentes a tribunal, numa instância encarregada dos assuntos de segurança nacional, são acusados de sedição, por "promoverem" o ataque à Guardia Civil a 20 de Setembro, durante uma operação para impedir o referendo de 01 de Outubro, sobre a independência da Catalunha.

A juíza Carmen Lamela tomou esta decisão em ata, a pedido do ministério público, depois de ter rejeitado outro pedido, o de enviar para a prisão pelos mesmos factos o dirigente da polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra, Josep Lluis Trapero, a quem impôs medidas de coação mais leves.

Sánchez e Cuixart, aos quais a juíza atribui o papel de "promotores e dirigentes" das concentrações em frente a instalações do ministério da Economia do governo regional catalão, em Barcelona, impedindo durante horas a saída de agentes da polícia nacional que efectuavam buscas, são os únicos dos quatro investigados por sedição neste caso que foram colocados em prisão preventiva.

Detenções são "provocação do Estado espanhol"

O porta-voz do governo regional da Catalunha qualificou, na segunda-feira à noite, como "provocação do Estado espanhol", a colocação em prisão preventiva dos dois influentes dirigentes independentistas, acusados de sedição.

"O Estado está a provocar (...), mas as pessoas não caem na provocação", afirmou Jordi Turull, acrescentando compreender a "indignação" quando os dois dirigentes, Jordi Cuixart e Jordi Sanchez, apenas apelaram para a realização de manifestações pacíficas.

"Espanha aprisiona os dirigentes saídos da sociedade civil por terem organizado manifestações pacíficas. Temos de novo, tristemente, presos políticos", declarou também, na sua conta na rede social Twitter, o presidente do governo catalão, Carles Puigdemont.

Várias manifestações em protesto contra detenções

Várias manifestações são esperadas hoje na Catalunha para protestar contra a prisão domiciliária de dois importantes responsáveis independentistas acusados de sedição, numa altura em que se agudiza a crise entre Madrid e os separatistas catalães.

"Apelamos à sociedade catalã a manifestar-se, evidentemente, de forma pacífica", disse hoje aos jornalistas o secretário-geral da associação independentista Omnium Cultural, Jordi Bosch.
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