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Governo português vê "oportunidades" económicas na crise política em Espanha  

A instabilidade gerada pelo movimento independentista na Catalunha pode afectar as exportações nacionais, mas o secretário de Estado do Orçamento espera colher dividendos ao nível do turismo e do investimento.

Miguel Baltazar
19 de Outubro de 2017 às 11:29
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O Governo está a "acompanhar com atenção" a crise política em Espanha, que é o principal mercado para as exportações portuguesas e cujo crescimento económico é "sempre importante" para Portugal, mas no Ministério das Finanças já se está a olhar também para "as outras oportunidades que surgem na parte do turismo e da atractividade para alguns investimentos".

 

Sem pôr "em causa" a relevância económica do país vizinho para a economia nacional, o secretário de Estado do Orçamento lembrou que, mesmo ao nível da venda de bens e serviços para o exterior, que apontou esta manhã como um dos motores do crescimento económico deste lado da fronteira, as empresas portuguesas "também [têm] crescido de forma significativa para outras áreas que não Espanha".

 

Questionado sobre o anúncio de que Madrid vai utilizar a "bomba atómica" na Catalunha, João Leão sublinhou que "há também outros aspectos que actuam em sentido contrário" ao das perdas potenciais para Portugal, que "também concorre com Espanha em muitas áreas". É que, sublinhou, "se, em geral, é bom para Portugal que Espanha esteja bem – esse é o efeito mais importante –, também há efeitos que vão em sentido contrário, sobretudo no turismo e em relação à atractividade de Portugal como sítio para investimento".

 

"Portugal é visto como um país com grande estabilidade, não só política, mas também em termos de Estado-nação. É um país que não tem radicalismos em termos políticos, não tem movimentos nacionalistas que queiram fechar o país ao exterior. Portugal é um país aberto, tolerante, visto como estável e sem problemas internos", acrescentou o governante, que falava ao Negócios e à Lusa à margem de uma conferência organizada pela Católica Porto Business School, onde admitiu esperar elogios internacionais ao Orçamento do Estado para 2018

 

Portugal não tem radicalismos em termos políticos. É um país aberto, tolerante, visto como estável e sem problemas internos. joão leão, secretário de estado do orçamento
 

Perante a recusa do presidente do governo catalão em esclarecer se no dia 10 de Outubro fez uma declaração unilateral de independência, o executivo espanhol chefiado por Mariano Rajoy, confirmou esta manhã que vai prosseguir "com os trâmites previstos no artigo 155 da Constituição para restaurar a legalidade" na região autonómica da Catalunha. 

 

Madrid acusa os responsáveis do governo autonómico (Generalitat) de procurarem "deliberada e sistematicamente o confronto institucional apesar do grave dano que estão a causar à convivência [entre espanhóis] e à estrutura económica" da região e afiança que accionará "todos os meios ao alcance para restaurar o quanto antes a legalidade e a ordem institucional" na Catalunha.

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