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Incêndio de Pedrógão dobrou a área ardida desde o início do ano

A área queimada desde Janeiro já ascende a 49 mil hectares, sendo o incêndio em curso na zona Centro responsável por 67% dos danos. O ano de 2017 pode entrar na galeria dos piores de sempre para a floresta portuguesa.

19 de Junho de 2017 às 18:25
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O balanço das vítimas mortais já dava uma dimensão trágica suficiente, mas os dados sobre a área ardida ajudam a dar relevância também estatística ao incêndio que começou no sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que esta segunda-feira se alastrou aos concelhos vizinhos pertencentes a Coimbra e Castelo Branco.

 

Segundo os cálculos feitos pelo Negócios a partir de informação disponibilizada pelo Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS na sigla inglesa), este incêndio na zona do Pinhal Interior Norte, que ainda estava longe de estar controlado, já queimou acima de 33 mil hectares de floresta. Ou seja, mais do dobro dos 15.184 hectares que, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), tinham ardido de 1 de Janeiro a 15 de Junho.

 

Cruzando as duas fontes estatísticas - e adicionando aos dados anteriores os quase 500 hectares queimados pelo fogo que também lavrava ainda no Pinhal Interior Sul, que faz parte do concelho vizinho de Oleiros -, entre povoamentos e matos, a área ardida desde o início do ano ascende a 49 mil hectares.

 

Isto indicia que 2017 poderá vir a figurar na galeria dos anos mais trágicos, uma vez que o dano nos espaços florestais já é superior a três totais anuais na última década: 2007, 2008 e 2014. E ainda nem sequer entrou o Verão e o chamado "período crítico" no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, que vigora entre 1 de Julho e 30 de Setembro.

O relatório provisório, publicado esta segunda-feira à tarde pelo ICNF, mostra que, até 15 de Junho, este era o quarto ano com mais área ardida nos últimos dez anos e que o número de ocorrências, que ascenderam a quase seis mil nesse período, era o terceiro mais elevado, superando em 30% a média anual verificada também desde 2007.

 

Face ao mesmo período de 2016, a área ardida até 15 de Junho, antes da deflagração do incêndio em Pedrógão Grande, já era quase 12 vezes superior. Mas a verdade é que os primeiros seis meses do ano passado apresentaram os valores mais baixos desde 2006. Só no pico do Verão é que se registaram alguns dos maiores incêndios dos últimos anos, como os da Madeira e de Arouca, que acabaram por fazer disparar a área ardida para mais de 160 mil hectares: mais do dobro da média verificada no decénio 2006-2015 e o valor mais elevado da década anterior.

Em termos geográficos, antes de Leiria entrar agora neste registo trágico, os distritos mais afectados eram o de Vila Real, que somava 3.118 hectares, um quinto do total da área ardida em Portugal Continental, e que até 15 de Junho registou quatro grandes incêndios, acima dos cem hectares. Seguia-se o distrito de Braga, com 2.984 hectares, que arderam sobretudo no final de Abril em dois incêndios de grandes dimensões no Parque Nacional da Peneda-Gerês e perto de Celorico de Basto, a terra da avó de Marcelo e à qual o Presidente da República tem uma forte ligação afectiva.

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